Comunicação (José Manuel Moran)
Pela comunicação procuramos estruturar e organizar o caos pessoal: as incertezas de cada um, as nossas contradições, assim como o caos grupal: as incertezas nas relações interpessoais e nas múltiplas interações de grupos pequenos e grandes, sólidos e mutáveis, masculinos e femininos, reconhecidos e desconhecidos, conservadores e inovadores. Também procuramos compreender o caos social: a complexidade das interações estruturais e as inter-relações entre o local, o nacional e o internacional, entre o pequeno e o grande, entre o universo masculino e o feminino, da criança e do adulto, da cultura erudita e da popular, entre o trabalho e o lazer, entre o material e o espiritual, entre o passado, o presente e o futuro.
A comunicação nos ajuda a criar balizas (pontos de referência para perceber, julgar, agir) e a nos tornar visíveis para os outros, o que nos possibilita encontrar o nosso espaço pessoal, profissional e emocional diante dos demais. Além disso, desvenda, cura e ajuda a “reviver” situações introjetadas. O ponto de partida de Freud é que a comunicação cura. Falar com o outro revela o que estava escondido até de nós mesmos. E as outras linhas terapêuticas caminham, com variantes, na mesma direção: a comunicação com o outro é reveladora. A revelação aumenta se há um clima de confiança, um ambiente em que ambos nos encontremos sem medo e com respeito e oferecemos uma visão menos caótica um do outro
Toda comunicação é reveladora, mas a efetuada em clima de compreensão, de não condenação e de aceitação profunda acelera o processo de crescimento e de desvendamento de áreas dispersivas do nosso ser, gerando segurança.
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