Você Sabia ?
As crônicas de RB são depoimentos em que, para o autor, a vida é um fato insubstituível e cada momento deve ser captado e vivido com grande intensidade humana. O cronista vai se colocar, humildemente, no papel de reverenciar a vida que o cerca seja ela representada pelo ser humano ou por simples objeto, imóvel e esquecido nos labirintos da memória. É dessa saudade do passado sempre resgatada pela memória atenta do poeta do cotidiano, que surgem suas sensíveis narrativas.
200 crônicas escolhidasRubem Braga
Rubem Braga nasceu em Cacheiro do Itapemirim no Espírito Santo em 12 de janeiro de 1913. estreou como jornalista em 1929 no Correio do Sul, na própria cidade natal. Muda-se para Belo Horizonte onde estuda e conclui o curso de Direito em 1932. Nessa época escreve para o Diário da Tarde como repórter e como cronista.
Foi correspondente de guerra do Diário Carioca, acompanhando a FEB na 2ª. Guerra Mundial, junto ao Alto Comando Aliado na Itália. Viajou por vários países do mundo, residindo algum tempo em Paris. Em 1955 ocupou a chefia do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile. Em 1961 serviu como embaixador no Marrocos durante dois anos.
Em 1936, estreou em livro com o Conde do Passarinho. Passou os últimos anos de sua vida no Rio de Janeiro que ocupa grande parte de suas crônicas. Morre no mesmo Rio em 1990.
Algumas obras:
O Conde e o Passarinho, 1936; O Morro do Isolamento, 1944; Um Pé de Milho, 1948; O Homem Rouco, 1949; Cinqüenta Crônicas Escolhidas, 1951; A Borboleta Amarela, 1956; Cem Crônicas Escolhidas, 1958; A Cidade e a Roça, 1959; Ai de Ti, Copacabana, 1960; A Traição das Elegantes, 1967; 200 Crônicas Escolhidas, 1977; Recado de Primavera, 1984.
RB – “Poeta do Cotidiano” – sentimentos e paixão pela Vida através da Crônica
As crônicas de RB são depoimentos em que, para o autor, a vida é um fato insubstituível e cada momento deve ser captado e vivido com grande intensidade humana. O cronista vai se colocar, humildemente, no papel de reverenciar a vida que o cerca seja ela representada pelo ser humano ou por simples objeto, imóvel e esquecido nos labirintos da memória. É dessa saudade do passado sempre resgatada pela memória atenta do poeta do cotidiano, que surgem suas sensíveis narrativas.
Nada escapa ao atento olhar do autor. O que para muitos é insignificante ou simples e corriqueiro demais, para RB é motivo de matéria narrativa abordada com muita técnica e singularidade, dando nova dimensão ao apreendido, espantando-nos com o resultado obtido: fatos aparentemente vulgares, medíocres e cotidianos são transformados em rica matéria literária com muita poesia e sentimento de mundo. O que enriquece ainda mais esse trabalho transformador é que as ferramentas para tal serão o bom humor, a paciência e acima de tudo a simplicidade atenta traduzida na linguagem do homem comum, na linguagem do dia-a-dia, notadamente urbana.
“ O Velho Braga – o Melhor” – Graças à sua sensibilidade lírica e um linguagem por vezes direta e coloquial, RB tornou-se o maior e melhor cronista dentre nossos prosadores modernistas. A capacidade adquirida pela árdua experiência do dia-a-dia, deu valor à crônica de cunho jornalístico revelando o lado significativo dos acontecimentos triviais. Sua linguagem é simples mas precisa e crítica como deve ser o bom cronista atento a sua realidade e sociedade.
Seu gosto de viver a plenitude de cada momento, valoriza a memória do passado. A difícil tarefa de eternizar cada momento, fez com que desenvolvesse uma visão crítica dos tempos que desumanizam e esmagam o homem e sua poesia do cotidiano. Assim como a poesia, a crônica, com RB, é um grito de denúncia, desabafo e homenagem à vida, por mais dura e anti-tudo que ela possa ser. É o único autor nacional que conseguiu conquistar um lugar de destaque, definitivo, na nossa literatura exclusivamente como cronista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário