Resenha: "Mariana" do Pedro
Bandeira
Editora:
Ática
ISBN: 8508057474
Ano: 2000
Páginas:
88
Sinopse: "Mariana sofre por ser ainda menina, enquanto suas amigas
já são mocinhas e até namoram. Ajudada pelo amigo Jorginho, inventa histórias
sobre um namorado que está no exterior, para ninguém perceber que ela é
diferente."
Tecnicamente, esse livro foi uma releitura, porque já havia
lido ele em alguma roda da leitura da vida nos meus tempos de quinta ou sexta
série (Atualmente são sexto ano e sétimo ano, respctivamente), mas quando
precisei ler um livro para o Desafio Literário, esse livro me veio a
mente.
Mariana é uma menina que se sente na obrigação de provar a todos os
seus amigos que não é mais criança e que sabe lidar sem medos ou incertezas com
a fase da adolescência.
Sua melhor amiga arruma um namorado, e para não ficar
para trás, Mariana inventa um para ela também, se gabando para todos que seu
"Fernando" é um homem e tanto.
A coisa complica quando suas amigas insistem
que ela o apresente a elas, já havia criado diversas desculpas antes para não
fazer isso e agora não tem como fugir.
O único que realmente a conhece e com
quem ela consegue ser verdadeira é seu melhor amigo Jorginho, que mais tarde
acaba se revelando muito mais do que isso.
Mesmo quando era pequena eu achava
a Mariana infintamente boba. Essa coisa de fazer qualquer coisa para se aceita
pelos amigos e etc. Até porque se você precisa inventar um namorado imaginário
para que alguém queira ser seu amigo, é um sinal de que aquela pessoal muito
provavelmente não é sua amiga... O que era estranho considerando que todas as
meninas da minha turma a adoraram, mas fazer o quê? Pelo jeito sempre fui uma
menina madura demais para os meus 12 anos...
O que mais me espantou nesse
livro é que ele foi escrito pelo Pedro Bandeira. Porque lendo toda a coleção dos
"Karas" é de se espantar como o autor consegue abordar de dois cotidianos tão
diferentes assim! Mas a versatilidade é uma das maiores qualidades de um
escritor, não é?
Eu gosto da história, apesar da Mariana me irritar muito.
Mentira, eu gosto do Jorginho porque ele é um fofo em todos os níveis de fofura
que podem existir. A leitura é leve e como o livro tem poucas páginas, é
possível devorá-lo em questão de horas.
sábado, 28 de julho de 2012
Filme TinTin
Quando tinha idade para o ler, nunca foi o meu
preferido.
Primeiro porque não estava à venda em qualquer quiosque,
segundo sempre o achei demasiado elitista e por fim é
francês!
As aventuras eram sempre muito complicadas e, quando lhe
deitava a mão, não lhe rendia a admiração que (talvez)
merecesse.
Agora, já um pouco mais aberta a novas experiências,
gosto desta personagem! É engraçado e acima de tudo é diferente dos
demais.
O filme... Aqui é que a coisa encalha! Gostei mas... As
reticências sempre foram, e serão um mau presságio!
Tanta publicidade, uma equipa com nomes sonantes e ainda
por cima em 3D, mas mesmo assim não me surpreendeu! O filme acabou e a primeira
coisa que pensei foi: só isto?
Não posso afirmar que é um mau resultado. Mas chamar
Snowy ao Milú e Thompson & Thompson aos irmãos Dupont não é coisa que se
faça.
Aliás os irmãos Dupont & Dupont são das personagens
mais engraçadas da banda desenhada original, e nesta adaptação
épica/americanizada quase não entram na história.
Resumindo, na minha opinião que vale o que vale, este
filme acaba por ser uma aventura do Indiana Jones adaptada à figura do Tintin e
nada mais.
Quando era pequena não gostava dele por ser
francês.
Agora não gostei dele, porque está demasiado
americano.
Cada macaco no seu galho e cada personagem no seu
ramo!
entre outras
Resenha: "As Aventuras de Tintin - O segredo do Licorne" (2012)
Diretor: Steven
Spielberg
Produtor (O único que me interessa): Peter Jackson
Roterista (O único que me interessa também): Edgar Wright
Título Original: "The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn"
Gênero: Aventura, Animação, Mistério e Família
Duração: 107 minutos
Elenco: Jamie Bell (Billy Elliot), Andy Serkis (Trilogia do Senhor dos Anéis como Sméagol), Daniel Craig (007 - Cassino Royale), Nick Frost (Garota Mimada) e Simon Pegg (Missão Impossível - Protocolo Fantasma)
Sinopse: "Tintim é um jovem repórter que tem um histórico impressionante de aventuras. Certo dia, ao comprar a miniatura de uma embarcação, ele se vê perseguido pelo misterioso Sakharine, que parece determinado a possuir o objeto – e não demora muito até que o herói se veja preso no barco que antes pertencia ao alcóolatra Capitão Haddock, agora também prisioneiro. Sempre acompanhado pelo cãozinho Milu, Tintim se alia ao capitão numa jornada que os levará a diversos locais exóticos."
Talvez fosse a semelhança entre as enrascadas em que Tintin se mete com as aventuras do aqueólogo se envolvia com as aventuras de Indiana Jones. E, por isso, no momento que eu fiquei sabendo que Steven levaria Tintin para telas do cinema, sabia que o filme seria incrível. E não estava errada.
Tintin é um dos desenhos que marcou minha infância, apesar de na época em que eu começava a ver desenho era a época em que Tintin saia gradualmente do ar, mas os tempos de TV Cultura Shall not be forgotten... Por isso já estava quicando para ver esse filme, até que anunciaram que o Peter Jackson iria participar também... Aí, a mina pira gente!
Antes de fazer qualquer comentário quero situar vocês na história: Tintim é um repórter (Algo que só sabemos porque alguém fala, já que ele não pisa no jornal em momento algum. Além do fato dele parece um adolescente, mas todos o tratam como se fosse um adulto. Enfim...) que, um dia, ao passar em uma feira de antiguidades, compra uma miniatura de um navio, o Licorne. Logo depois disso, surgem pessoas dispostas a comprar o modelo à qualquer preço. Intrigado pelo grande interesse dos estranhos na sua aquisição, Tintin resolve fazer uma pequena investigação com seu inseparável cão Milu (Eu adoro o Milu, tanto pelo fato de ele ser muuuito fofinho quanto por ele ser mais esperto do que a maioria dos outros personagens.). Logo essa imprudente curiosidade faz com ele se torne inimigo do perigoso Sakharin. Depois de diversas situações que vocês terão de ver para descobrir quais são, Tintin acaba se juntando ao nosso velho conhecido, Capitão Haddock. Juntos, os três tem de atravesar as fronteiras da Europa à África para montar um quebra cabeças que pode levar à uma fortuna perdida.
Uma coisa que eu notei nesse filme é que as personagens usam muito armas de fogo. Não sei se isso era algo que os produtores adicionaram para deixar o filme mais verossímil (Influência clara e direta do Spielberg), ou era eu que quando era pequena não notava que os personagens usam bazucas como se fossem carteiras. (LOL. Para quem já viu o filme, perdoem meu trocadilho deplorável....)
O filme foi rodado com a captura de performance. Confesso que não sou muito fã dessa tecnologia em desenhos animados, pois tem uma função de deixar um desenho tão real como se fosse um filme, mas, então, por que ter todo esse trabalho e custo extra ao invés de se fazer um filme normal? (Ps: Apesar do que eu acabei de dizer, fico muito feliz por não ter de ver uma imitação deplorável nas telas como as da imagem aqui à baixo.)
Mas, sem deixar meu olhar tradicionalista me cegar, o efeito fica bem interessante. Tintim parece humano como um filme deve ser, mas ao mesmo tempo ele também parece com o personagem desenhado em suas histórias. Envoltos por sombras vivas, linhas de expressão definifas e texturas realistas de pele e cabelos, tornam a experência visual em algo que nunca havia sido visto antes. Isso só é possível graças ao excelente trabalho da WETA digital de Peter Jackso (LINDO!) combinada com a criatividade sem igual de Spielberg para filmar cenas de ação de tirar o fôlego combinada as sequências espetaculares, principalmente, as lindas transiçõesnas quais o oceano pode virar uma possa d'água ou um aperto de mão se transforma nas dunas do Sahara.
Produtor (O único que me interessa): Peter Jackson
Roterista (O único que me interessa também): Edgar Wright
Título Original: "The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn"
Gênero: Aventura, Animação, Mistério e Família
Duração: 107 minutos
Elenco: Jamie Bell (Billy Elliot), Andy Serkis (Trilogia do Senhor dos Anéis como Sméagol), Daniel Craig (007 - Cassino Royale), Nick Frost (Garota Mimada) e Simon Pegg (Missão Impossível - Protocolo Fantasma)
Sinopse: "Tintim é um jovem repórter que tem um histórico impressionante de aventuras. Certo dia, ao comprar a miniatura de uma embarcação, ele se vê perseguido pelo misterioso Sakharine, que parece determinado a possuir o objeto – e não demora muito até que o herói se veja preso no barco que antes pertencia ao alcóolatra Capitão Haddock, agora também prisioneiro. Sempre acompanhado pelo cãozinho Milu, Tintim se alia ao capitão numa jornada que os levará a diversos locais exóticos."
Talvez fosse a semelhança entre as enrascadas em que Tintin se mete com as aventuras do aqueólogo se envolvia com as aventuras de Indiana Jones. E, por isso, no momento que eu fiquei sabendo que Steven levaria Tintin para telas do cinema, sabia que o filme seria incrível. E não estava errada.
Tintin é um dos desenhos que marcou minha infância, apesar de na época em que eu começava a ver desenho era a época em que Tintin saia gradualmente do ar, mas os tempos de TV Cultura Shall not be forgotten... Por isso já estava quicando para ver esse filme, até que anunciaram que o Peter Jackson iria participar também... Aí, a mina pira gente!
Antes de fazer qualquer comentário quero situar vocês na história: Tintim é um repórter (Algo que só sabemos porque alguém fala, já que ele não pisa no jornal em momento algum. Além do fato dele parece um adolescente, mas todos o tratam como se fosse um adulto. Enfim...) que, um dia, ao passar em uma feira de antiguidades, compra uma miniatura de um navio, o Licorne. Logo depois disso, surgem pessoas dispostas a comprar o modelo à qualquer preço. Intrigado pelo grande interesse dos estranhos na sua aquisição, Tintin resolve fazer uma pequena investigação com seu inseparável cão Milu (Eu adoro o Milu, tanto pelo fato de ele ser muuuito fofinho quanto por ele ser mais esperto do que a maioria dos outros personagens.). Logo essa imprudente curiosidade faz com ele se torne inimigo do perigoso Sakharin. Depois de diversas situações que vocês terão de ver para descobrir quais são, Tintin acaba se juntando ao nosso velho conhecido, Capitão Haddock. Juntos, os três tem de atravesar as fronteiras da Europa à África para montar um quebra cabeças que pode levar à uma fortuna perdida.
Uma coisa que eu notei nesse filme é que as personagens usam muito armas de fogo. Não sei se isso era algo que os produtores adicionaram para deixar o filme mais verossímil (Influência clara e direta do Spielberg), ou era eu que quando era pequena não notava que os personagens usam bazucas como se fossem carteiras. (LOL. Para quem já viu o filme, perdoem meu trocadilho deplorável....)
O filme foi rodado com a captura de performance. Confesso que não sou muito fã dessa tecnologia em desenhos animados, pois tem uma função de deixar um desenho tão real como se fosse um filme, mas, então, por que ter todo esse trabalho e custo extra ao invés de se fazer um filme normal? (Ps: Apesar do que eu acabei de dizer, fico muito feliz por não ter de ver uma imitação deplorável nas telas como as da imagem aqui à baixo.)
Mas, sem deixar meu olhar tradicionalista me cegar, o efeito fica bem interessante. Tintim parece humano como um filme deve ser, mas ao mesmo tempo ele também parece com o personagem desenhado em suas histórias. Envoltos por sombras vivas, linhas de expressão definifas e texturas realistas de pele e cabelos, tornam a experência visual em algo que nunca havia sido visto antes. Isso só é possível graças ao excelente trabalho da WETA digital de Peter Jackso (LINDO!) combinada com a criatividade sem igual de Spielberg para filmar cenas de ação de tirar o fôlego combinada as sequências espetaculares, principalmente, as lindas transiçõesnas quais o oceano pode virar uma possa d'água ou um aperto de mão se transforma nas dunas do Sahara.
Manecón é o Vinho do Fogo
Bebida: Vinho do Fogo
Dja’r Fogo é a forma como é habitualmente referida a Ilha que alberga o vulcão que a rebaptizou de Fogo. Anteriormente denominada por São Filipe a ilha possui o ponto mais elevado do arquipélago, o pico vulcão atinge 2829 metros de altitude.
A ilha é mesmo fogo, com um sol a pique é uma das ilhas mais quentes do arquipélago, mas também uma das mais bonitas. Conserva a arquitectura cuidada desde os tempos coloniais presentes nos sobrados que ainda são cuidadosamente conservados, pinturas nalguns espaços públicos e em casas privadas.
A cidade São Filipe é limpa e organizada, construída nas encostas que vão descendo até a extensa praia de areia preta.
A cidade São Filipe é limpa e organizada, construída nas encostas que vão descendo até a extensa praia de areia preta.
Desde os tempos idos a ilha é uma rica produtora agrícola focando-se, na produção de uva, nas encostas do vulcão, que dá origem ao excelente vinho do fogo designado de Manecón. Vinho que conserva a pureza e a força do vulcão. Natural, sem qualquer adição de químicos, o vinho de sabor doce e quente pode ser provado mesmo no sopé do vulcão.
Existe uma cooperativa de agricultores que produzem o vinho de Chã das caldeiras com uma oferta arrojada do vinho do fogo nas versões branco, rosé e o licor moscatel Passito.
Produzem também licor de romã, com um intenso sabor a fruta, bagaceira de uva com elevado teor alcoólico e um excelente digestivo de aguardente de uva com ervas.
Vinho do Chã
Os da Chã.
Foi a primeira vez que vi um vulcão! Soa um bocado mal,
mas é sincero.
A paisagem é inacreditável. Agreste, dura, escura mas
fora de tudo aquilo que já vi.
Senti-me pequenina e um pouco insegura, principalmente
quando me disseram que a ultima erupção foi em 1995.
Há 16 anos atrás, um dos
vulcões secundários entrou em erupção, para libertar a pressão acumulada no
principal. O rasto da destruição ainda está visível e estará para lavar e durar,
passo a expressão.
Por entre o cinzento do terreno, despertam algumas
plantas e principalmente flores. É o milagre da natureza que se
revela.
São quilómetros de paisagem inóspita, em que só os postes
de iluminação que acompanham a estrada, nos lembra que ali vive
alguém. Vivem como nas outras ilhas, sem mais nem menos. Cultivam
o pouco solo que resta e fazem vinho.
O Vinho da Chã é famoso internacionalmente. É diferente,
estranho mas muito agradável.
Para mim, mera europeia, é confuso perceber como vivem,
como sobrevivem e como se cresce numa zona de lava arrefecida.
São africanos, mas quase todos ostentam cabelo e olhos
claros.
Genética dos antepassados franceses, holandeses e mais
uns quantos do norte da Europa, que por lá criaram raízes e deixaram
descendência. São atípicos, exóticos mas não deixam de ser africanos na sua
génese.
Vivem com pouco e alegram-se por poder partilhar. São
humildes, educados, prestáveis apesar de passarem os seus dias em cima de um
vulcão adormecido!
Conto Romantico
Um conto de Amor
Ele adora escrever. Sobre
qualquer assunto. Cinema, futebol, artes, política, economia, educação... Se
pedirem para ele escrever sobre o levantar voo de uma mariposa no Sul da África,
ele vai fazer um texto no mínimo atraente. Mas ela o deixa sem palavras. Nunca
nada, nem ninguém, o deixou desta maneira. Ela lhe dava amor, mas lhe tirava as
palavras. As pessoas costumam ficar sem ar com a paixão. Ele ficava sem as
palavras. Fazer o quê? Claro que ele preferia o amor dela do que todas as
palavras do universo, mas como escrever para ela, ou sobre ela, se ele estava
sem palavras?
Ela sempre o inspirou. Desde
antes do reencontro. Reencontro porque essa conexão que eles têm não é dessa
vida apenas... Ele queria ter escrito sobre o inusitado primeiro beijo em um
táxi há quase cinco meses. Qual o casal que já teve seu primeiro beijo em um
táxi, em frente ao famoso Farol da Barra, em Salvador? Eles têm algo especial.
E, aos poucos, ele foi tentando reencontrar as palavras. Talvez inspirado pelas
poesias dela (ele sempre quis namorar uma poetisa)...
O reencontro foi mágico. Ele
olhou para ela e a reconheceu de alguma forma. Ela também. E retribuiu o olhar
com um sorriso. Com poucas palavras, o convidou para conversar. Abriu suas asas
e o acolheu. Ele se sentiu confortável. Quis conversar mais vezes. O tempo
percebeu que eles ainda não estavam maduros o suficiente para reviver um amor
verdadeiro. Algumas vezes eles se visitavam em sonho, pois nada nele era
indiferente a ela e vice-versa.
Mais de um ano após os olhares,
sorrisos e conversas, ele entrou no táxi. Queria ver seus olhos de perto, mas os
óculos escuros dela disfarçavam uma certa timidez. Foram direto para o hotel.
Seus olhos queriam encontrar os dele. Seu corpo queria sentir o dele mais perto.
Mas o destino dizia para esperar um pouquinho mais. Só um pouquinho. E agia em
forma de timidez. Quando os corpos e olhos enfim receberam o sinal verde, se
juntaram de uma forma sublime e inesquecível. Como uma poesia. O amor foi
concretizado. De uma forma a se querer sempre mais. Sempre mais.
Sempre mais.
[Continua...]
Ela: Me manda um beijo.
Ele: Não. Um é pouco.
Ela: E quantos eu mereço?
Ele: Não sei contar até onde
você merece.
Ela: Então me beija sem
contar.
Ele: Melhor perder a
conta.
Filme: Valente
"Valente" traz à tona o eterno embate entre mães e filhas
Na trama que se passa numa região remota da Escócia, onde os mitos e as batalhas épicas eram preponderantes, vive a corajosa Merida. Desde pequena, a garotinha filha de Fergus, e da rainha Eleonor, prefere brincar de arco e flecha, em vez de bonecas. Por isso não demonstra aptidão para o seu fatídico destino: virar uma elegante, e refinada, princesa. Quando vira uma adolescente, a ruivinha de cabelos encaracolados – talvez o principal marco da animação gráfica da obra – gosta de comer maçã a dentadas, correr e se divertir naturalmente como um moleque travesso, o que contraria sua mãe, cujo ímpeto é coroá-la, e fazer com que ela se case com um escolhido. Num excesso de fúria, Merida visita uma bruxa e faz um desejo, que faz desencadear um acontecimento improvável em sua família. É hora de reverter a situação.
Valente vale como uma referência contemporânea ao conflito entre mães e filhas adolescentes, muitas vezes interpretadas como rebeldes, e inconsequentes, por causa da personalidade forte, e da indiferença à autoridade de qualquer ordem. Merida é moderna. Ao contrário das tradicionais mocinhas de contos românticos, ela não deseja casar, nem se sujeitar à tradição da cultura local. O correto roteiro, porém, não transforma a garota em uma irritada chatinha e injusta. Embora temperamental, ela esbanja carinho pelo pai, pelos três irmãos mais novos – figuras engraçadinhas – e até mesmo pela mãe, apesar dos embates. Afinal, essa dualidade de sentimentos é comum nos adolescentes, concordam?
No quesito técnico, a competência da Pixar é notável
Aliás, em toda crítica de filmes da produtora, esse apontamento é repetido, e há evidentes razões para isso. O aspecto ultra realista do movimento ao vento dos volumosos cabelos de Merida, e das madeixas mais discretas de outros personagens, impressionam. Da mesma forma, as expressões faciais são delineadas com extremo rigor, e a base rítmica do desenrolar da trama é correta. Pecando pelos personagens secundários com pouco destaque, o longa apresenta algumas lições de moral à moda Disney, esbarrando no pieguismo ao pontificar o imensurável zelo da mãe pela sua cria e vice versa, em alguns momentos da narrativa. Com sua longa trajetória de abordagens similares, porém, ouso dizer que há certa licença poética nessa forma de conduzir histórias por parte da produtora.
Por: Bruno Mendes
Pausas
É, eu sei, às vezes me perco e digo
o que não quero.
E quando quero, às vezes, não sei
como dizer...
É essa insuficiência de palavras
que me cerca e que me frustra
Chego perto do todo, mas falta...
Pausa...
Porém, se não desisto, me chegam
novas frases,
Que não se aquietam no meu
pensamento.
Então de novo tento, outra vez
escrevo,
Que é pra ver se te convenço do que
já tens certeza.
Foi imediato, eu soube ao te
olhar
E os ajustes foram necessários, pra
que a vida fosse mais doce
Eu fosse mais sua, e você, mais
meu...
Eu sei, foi preciso um tempo, e
aconteceu...
E eu esperaria tudo de novo, por
causa do agora.
Para ler tudo que não sei decifrar
nos teus olhos
E acordar para ouvir teus desabafos
às cinco da manhã,
Só pra depois te beijar até ficar
tudo bem.
E se a cada dia me apaixono mais,
Não é apenas porque me traz flores
e me acalma
É também porque esse teu modo único
de ser me encanta
Talvez sejam teus assuntos do
mundo, tua filosofia
Ou tua mania de nunca ver e sempre
enxergar...
Eu sempre soube: você é
incomum.
E só você pra chegar e me fazer
reviver
Mostrar possibilidades únicas numa
vida inteira.
Você é único, como a vida que tenho
agora
Como esse amor que emana do meu
peito na tua direção...
E essa gratidão que tenho à vida é
por não saber como mereci
Ouvir cada som que sai da tua boca
revelando ser eu o teu querer,
Como mereci te encontrar nessa
passagem breve dos dias...
É inefável estar na tua vida e ter
você na minha...
Eu não teria, realmente, aprendido
a amar e a sorrir
Se, em mim, você não
existisse.
Obrigada, meu amor, por ser
exatamente quem és.
Obrigada pelo amor que me
dedica.
Obrigada. Amo-te.
Daisy Soares, para Mattheus
Rocha
Mensagem a vida é agora
A vida é agora...
A gente se acostuma a medir a vida em dias, meses, anos… Mas, será que é mesmo o tempo que mede a nossa vida? Ou a gente devia contar a vida pelo número de sorrisos? De abraços? De conquistas? Amores? De sucessos e fracassos?
Por que ao invés de dizer tenho tantos anos, a gente não diz: tenho três amigos, oito paixões, quatro tristezas, três grandes amores e dezenas de prazeres?
A gente vai vivendo e, às vezes, esquece que a vida não é o tempo que a gente passa nela, mas o que a gente faz e sente enquanto o tempo vai passando.
Dizem que a vida é curta, mas isso não é verdade. A vida
é longa pra quem consegue viver pequenas felicidades. E, essa tal felicidade
vive aí disfarçada, como um criança traquina brincando de
esconde-esconde.
Infelizmente, às vezes não percebemos isso. E passamos a
nossa existência colecionando nãos. A viagem que não fizemos; O presente que não
demos; A festa a qual não fomos; O ensinamento que não aprendemos; A
oportunidade que não aproveitamos.
A vida é mais emocionante quando se é ator e não
espectador. Quando se é piloto e não passageiro; pássaro e não
paisagem.
Como ela é feita de instantes não pode e não deve ser
medida em dias ou meses, mas em minutos.
Essa é do Pedro Bial
As escolhas de uma vida
A certa altura do filme
Crimes e Pecados,
o personagem interpretado por Woody Allen diz:
'Nós somos a soma das nossas decisões'.
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta
e de lá nunca mais saiu.
Compartilho do ceticismo de Allen:
a gente é o que a gente escolhe ser,
o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que,
ao fazer uma opção,
estamos descartando outra,
e de opção em opção vamos tecendo essa teia que
se convencionou chamar 'minha vida'.
Não é tarefa fácil.
No momento em que se escolhe ser médico,
se está abrindo mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de atriz,
será quase impossível conciliar com a arquitetura.
No amor, a mesma coisa:
namora-se um, outro, e mais outro,
num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é
preciso decidir entre passar o resto da vida
sem compromisso formal com alguém,
apenas vivenciando amores
e deixando-os ir embora quando se findam,
ou casar, e através do
casamento fundar uma microempresa,
com direito a casa própria, orçamento
doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras:
viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?
Todas as alternativas são válidas,
mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Por isso é necessário ler muito,
ouvir os outros,
estagiar em várias tribos,
prestar atenção ao que
acontece em volta e não
cultivar preconceitos.
Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas,
elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se deve reavaliar decisões e
trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar,
e não para anular a vivência do
caminho anteriormente percorrido.
A estrada É longa e o tempo é curto.
Não deixe de fazer nada que queira,
mas tenha responsabilidade e maturidade
para arcar com as
conseqüências destas ações.
Lembrem-se:
suas escolhas têm 50% de chance de darem certo,
Mas também 50% de chance de darem errado.
A escolha é sua...
o personagem interpretado por Woody Allen diz:
'Nós somos a soma das nossas decisões'.
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta
e de lá nunca mais saiu.
Compartilho do ceticismo de Allen:
a gente é o que a gente escolhe ser,
o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que,
ao fazer uma opção,
estamos descartando outra,
e de opção em opção vamos tecendo essa teia que
se convencionou chamar 'minha vida'.
Não é tarefa fácil.
No momento em que se escolhe ser médico,
se está abrindo mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de atriz,
será quase impossível conciliar com a arquitetura.
No amor, a mesma coisa:
namora-se um, outro, e mais outro,
num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é
preciso decidir entre passar o resto da vida
sem compromisso formal com alguém,
apenas vivenciando amores
e deixando-os ir embora quando se findam,
ou casar, e através do
casamento fundar uma microempresa,
com direito a casa própria, orçamento
doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras:
viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?
Todas as alternativas são válidas,
mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Por isso é necessário ler muito,
ouvir os outros,
estagiar em várias tribos,
prestar atenção ao que
acontece em volta e não
cultivar preconceitos.
Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas,
elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se deve reavaliar decisões e
trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar,
e não para anular a vivência do
caminho anteriormente percorrido.
A estrada É longa e o tempo é curto.
Não deixe de fazer nada que queira,
mas tenha responsabilidade e maturidade
para arcar com as
conseqüências destas ações.
Lembrem-se:
suas escolhas têm 50% de chance de darem certo,
Mas também 50% de chance de darem errado.
A escolha é sua...
Pedro Bial
niver seu ou meu não sei?
Parabéns pra mim!!!!!!!!
Hoje não é um dia qualquer,
Não é um dia comum.
Hoje é um dia especial, o meu dia...
Talvez eu não seja muito normal,
Já que estou aqui desejando-me, Feliz Aniversário.
Diferente da maioria das pessoas,
Não fico triste por estar ficando mais velha.
Tentei viver intesamente cada um desses anos
Sorri, chorei, amei e fui amada,
Cantei, pulei, dancei,
Sonhei, viajei, perdoei,
Me decepcionei e talvez tenha decepcionado também
Tive bons e maus momentos...
Dos bons, trago a saudade,
Dos maus o aprendizado.
Agradeço à Deus por conceder-me cada um desses dias,
O amor da minha família,
O carinho e total compreensão daqueles que me cercam.
Dos amigos, a sincera amizade.
Agradeço também pelos momentos tristonhos que tive,
Pois me tornaram maior e mais forte.
E depois de cada lágrimas nos olhos
Pôs-me sorrisos nos lábios.
Peço à Deus que eu nunca perca a esperança
Que minha fé jamais seja abalada.
Que meus sonhos não esmoreçam, nem o meu sorriso se apague.
Que minha alma de menina continue existindo em meio a face de mulher.
Mais um ciclo se encerra em minha vida,
Para dar inicio a outro.
E que eu possa no ano vindouro,
parabenizar-me novamente.
Afinal, Deus concedeu-me mais um
ano de vida e de alegria.
PARABÉNS PRA MIM!!!!!
Mônica Bacelar
TABLETES EM SALA
TABLETS EM SALA DE AULA & ERROS ANTIGOS
Sem formação de professores, distribuição
de tablets pelo MEC tende a tropeçar em
erros antigos. E o objeto de desejo do momento e nem as escolas estão
livres de modismos. Na onda dos lançamentos
de inúmeros modelos de tablet, o ministro da Educação,
Aloizio Mercadante, anunciou em junho que investirá 150 milhões de reais na
compra de 600 mil aparelhos para uso de professores de Ensino Médio da rede
pública de todo o País. Espécie de computador em formato de prancheta com tela
sensível ao toque, o tablet tornou-se sensação entre usuários de tecnologia
pela portabilidade e a possibilidade de acessar a internet ou ler livros
digitais, por exemplo, com mais facilidade.
Receberão os materiais primeiramente as escolas
urbanas, com banda larga, rede sem fio e laboratório do Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (ProInfo). A distribuição se dará no segundo semestre
dentro do Educação Digital – Política para computadores interativos e tablets,
que prevê a inclusão de tecnologias de informação e comunicação (TICs) no
processo de ensino. Os tablets virão num pacote de computadores interativos com
lousa, acesso à internet, DVD, microfone, computador e projetor. Os aparelhos
terão telas com entre 7 e 10 polegadas, câmera, saída de vídeo e conteúdos
pré-instalados.
A estratégia foi anunciada pelo ministro como forma
de resolver o problema da evasão escolar no Ensino Médio. "A escola
precisa se reinventar para atrair e dialogar com essa juventude”, afirmou na
ocasião, ao dizer que o modelo de escola atual é do século XVIII e que é
preciso renová-lo. Curiosamente, a imagem coincide com a descrita por Jens
Bammel, secretário da International Publishers Association, ao falar sobre a
febre mundial dos tablets na educação no 3º Congresso Internacional do Livro
Digital, em São Paulo. "Em todo o mundo, surgem políticos dizendo que é
preciso trazer a sala de aula para o século XXI enquanto tiram fotos com iPads
ao lado de crianças sorridentes”, afirmou, ao descrever o que chama de
"tecnofilia dos políticos”. "Na hora, discursam sobre como se isso
somente fosse capaz de dar um salto nos indicadores de qualidade, porém, o que
se forma é um ciclo de entusiasmo em que os governos repetem os mesmos erros:
criam grande expectativa, as coisas se acalmam, as pesquisas mostram pouco ou
nenhum resultado e o projeto é enterrado quietamente. Até que um outro político
descobre um novo aparato tecnológico com que desfilar diante das câmeras.”
Favorável à chegada das TICs à sala de aula, Sergio
Ferreira do Amaral, professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp) e pesquisador do Laboratório de Novas Tecnologias
Aplicadas na Educação da instituição, vê com cautela o programa do ministério.
"Não é preciso ser especialista para saber que é um fetiche comprar um
aparelho sem planejamento pedagógico sério. O material não trará ganhos se só
tiver animações. Boa parte do uso dos tablets é para leitura de arquivos de
texto em formato PDF, quando ele tem um potencial para muito mais que isso.”
O MEC afirma que o desenvolvimento do método
pedagógico vai acontecer na prática, e eis que surge uma das primeiras críticas
feitas ao programa: "A iniciativa de disponibilizar tecnologia é
importante, necessária, mas não suficiente para melhorar a educação brasileira.
O grande problema é a formação de professores, ela deve ser intensa e
acompanhar qualquer inserção de TICs nas escolas”, afirma Klaus Schlünzen
Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
Sem formação específica para o trabalho, a
tendência é que todas as potencialidades exaltadas pelo ministro não se
concretizem em melhoras no aprendizado ou em benefícios efetivos para os
alunos. "São importantes as políticas direcionadas a investimento em
tecnologia nas escolas, é uma questão de inclusão social. O problema é como
isso é colocado. Hoje, a maioria das escolas tem laboratórios de informática
subutilizados. Não há projetos pedagógicos, os computadores são usados para
fazer pesquisas, baixar coisas da internet, o que é muito pouco para o que a
infraestrutura permite. Há o risco de o mesmo acontecer com o tablet”,questiona
o professor Sergio Ferreira. E completa: "Não é só levar o equipamento até
a criança. É preciso saber quem está dando suporte pedagógico. O tablet
representa um campo novo, não pode ser só a versão eletrônica do papel”.
De
acordo com o MEC, a Secretaria de Educação Básica já iniciou a tratativa junto
às universidades federais que darão o apoio à elaboração de conteúdos. Estão sendo
elaborados conteúdos modulares para serem colocados na plataforma de educação a
distância do MEC para início imediato.
Num País em que é comum o relato de laboratórios de
informática e mesmo bibliotecas que acabam trancados por medo de que os estudantes
estraguem o que eles guardam, cabe refletir sobre como o educador vê a
tecnologia. Segundo uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet, a principal
limitação para seu maior uso na escola está relacionada ao nível de
conhecimento dos professores acerca dessas tecnologias. Para 75%, a principal
fonte de apoio para o desenvolvimento dessas habilidades são os contatos
informais com colegas.
O MEC quer mudar essa realidade preparando os
educadores através do ProInfo – cerca de 300 mil já participaram do treinamento.
Porém, Sérgio questiona o formato desses cursos. "É previsto um
treinamento de 360 horas. Não há necessidade, é tempo demais e desestimula o
professor. É preciso focar a metrologia”, afirma. Um problema que volta também
com os recém-formados que estão deixando as universidades pouco familiarizadas
com as possibilidades pedagógicas oferecidas pelas TICs.
Almas Perfumadas
Almas perfumadas
Tem
gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.
Ao
lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao
lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem
gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
Ao
lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao
lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao
lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem
gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao
lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
Ao
lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao
lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.
Tem
gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.
Ao
lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao
lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem
gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.
Carlos
Drummond de Andrade
sexta-feira, 27 de julho de 2012
ARTIGO: AVALIAÇÃO
Os caminhos para avaliar: qual seguir?*
Carina M. N. Granzotto**
Resumo: Busca por intermédio de uma revisão
bibliográfica apontar quais os critérios de avaliação mais adequados
para que se avalie de forma eficaz os alunos, os tipos de avaliação
considerados pertinentes pelos autores, bem como busca evidenciar a
importância de se ter objetivos educacionais bem definidos como forma de
instrumentalizar o momento da avaliação. Para isso foram pesquisados
alguns dos mais conhecidos estudiosos da área, que são também, os mais
utilizados pelas escolas como forma de embasamento teórico no momento do
planejamento, são eles: Ana Maria Saul, Jussara Hoffmann, Philippe
Perrenoud, Celso Vasconcelos, Bloom, Hastings e Madaus assim como foram
consultados os PCN.
Palavras-chave : avaliação . critérios . objetivos educacionais.- Introdução
A educação escolar, atualmente, está passando por um
processo de discussão, mudança e busca de uma nova significação. Dentre
os temas abordados pelos profissionais da área de educação dá-se
destaque à questão da avaliação, a qual interfere diretamente no
processo educativo.
A polêmica, que gira em torno desse assunto, ocorre devido a amplitude e complexidade que o tema possui, como por exemplo: o porquê avaliar, o quê avaliar, quem avaliar e as conseqüências dessa avaliação pelo lado social.
Para melhor compreender o tema, faz-se necessário um estudo mais aprofundado de concepções defendidas por diferentes autores: Jussara Hoffmann, Philippe Perrenoud, Celso Vasconcellos, Ana Maria Saul, Bloom, Hastings e Madaus.
A partir disso surge a questão: Quais os principais critérios utilizados para avaliar os alunos, quais os objetivos educacionais propostos e, finalmente, qual o papel da avaliação no processo de aprendizagem ?
A polêmica, que gira em torno desse assunto, ocorre devido a amplitude e complexidade que o tema possui, como por exemplo: o porquê avaliar, o quê avaliar, quem avaliar e as conseqüências dessa avaliação pelo lado social.
Para melhor compreender o tema, faz-se necessário um estudo mais aprofundado de concepções defendidas por diferentes autores: Jussara Hoffmann, Philippe Perrenoud, Celso Vasconcellos, Ana Maria Saul, Bloom, Hastings e Madaus.
A partir disso surge a questão: Quais os principais critérios utilizados para avaliar os alunos, quais os objetivos educacionais propostos e, finalmente, qual o papel da avaliação no processo de aprendizagem ?
No sentido de esclarecer essas questões o trabalho está
organizado nos seguintes tópicos: Avaliação Democrática e Emancipadora
por Ana Maria Saul; Avaliação Mediadora por Jussara Hoffmann; Avaliação
Formativa por Philippe Perrenoud; Avaliação Democrática por Celso
Vasconcelos; Objetivos Educacionais por Bloom, Hastings e Madaus, PCN: o
que dizem e Considerações Finais.
- 1- Avaliação Democrática e Emancipadora
Saul (1995), propõe um paradigma alternativo: o da
avaliação emancipatória, que se realiza a partir de três eixos.
Primeiro, Avaliação Democrática, segundo, Crítica Institucional e
Construção Coletiva e por terceiro a Pesquisa Participante.
A Avaliação Democrática sugere uma classificação política
dos estudos avaliativos, cujos conceitos chaves são: Sigilo, Negociação e
Acessibilidade, ou seja, direito do usuário à informação e à utilização
dos resultados da avaliação para melhorar ou redirecionar as próprias
atividades.
Sobre a Avaliação Democrática a autora afirma: " O
critério de sucesso é o alcance do estudo avaliativo, medido em termos
das audiências beneficiadas por ele".
A Crítica Institucional e a Criação Coletiva
concretizam-se por meio de três momentos: expressão e descrição da
realidade, isto é, elaboração de um diagnóstico institucional e
descrição dos dados obtidos; crítica do material expresso pela análise
do projeto pedagógico da instituição; criação coletiva, ou seja,
delineamento das novas ações da equipe de trabalho. Saul (1995) conclui:
O terceiro eixo, Pesquisa Participante, trata de uma
abordagem que envolve a pesquisa participante, a qual implica o
compromisso de pesquisador com a causa em questão, contribuindo para uma
ruptura metodológica profunda.
Para a autora, a Avaliação Emancipadora caracteriza-se
como um processo de descrição, análise e crítica de uma dada realidade,
visando transformá-la. Destina-se à avaliação de programas educacionais
ou sociais. Diz ainda a autora:
- 2- Avaliação Mediadora
Já em Hoffmann (1996), encontra-se um estudo do que é
avaliação para professores e alunos de forma bastante esclarecedora ,
principalmente no que tange aos critérios para se avaliar e o por quê
avaliar buscando, assim, desvendar o mito da avaliação.
Segundo a autora, as práticas avaliativas dos professores
"expressam princípios e metodologias de uma avaliação estática e
frenadora, de caráter classificatório e fundamentalmente sentencivo",
sendo o fenômeno avaliação, ainda hoje, algo indefinido. Hoffmann
destaca, também, que há consenso de significado entre alunos e
professores quanto a avaliar, considerando que "dar nota é avaliar,
fazer prova é avaliar, e o registro de notas denomina-se avaliação."
Outros, ainda, são os significados atribuídos ao termo; "análise de
desempenho, julgamento de resultados, medida de capacidade, apreciação
do ‘todo’ do aluno."
De acordo com a autora, a avaliação ainda é essencial à
educação desde que tenha a perspectiva de ser problematizadora e que
vise o questionamento e a reflexão sobre a ação. Diz, também, que " o
significado básico da avaliação é a investigação e dinamização do
processo de conhecimento."
Hoffmann nos lembra que o Brasil sofreu forte influência
norte-americana no que tange a teoria da avaliação educacional, quando a
partir dos anos 60 passou a ter como referencial teórico básico nos
cursos de formação de professores o modelo Ralph Tyler, conhecido como
‘avaliação por objetivos’. (grifo meu)
A professora questiona, entre outras coisas, o que
significa testar e medir na avaliação, aparecendo, então, através de
suas pesquisas discussões variadas, e constantes embates entre os
professores acompanhados por ela, cada um procurando defender seus
argumentos completamente contraditórios.
São, segundo ela, várias as questões que surgem a partir disso, tais como:
- Todo o TESTE envolve obrigatoriamente medida?
- Sempre medimos através de TESTES?
- A MEDIDA serve para descrever atitudes dos alunos?
- Toda tarefa do aluno pode ser considerada um TESTE?
A obra de Hoffmann (1996a) é considerada uma continuidade
da obra comentada anteriormente, no que se refere à discussão, à
reflexão e ao relato do cotidiano dos professores em termos de
avaliação.
Para a autora, dentre os diversos fatores que são
considerados dificultadores da mudança da prática tradicional de
avaliação, sobressai a crença dos educadores de todos os graus de ensino
na continuidade da avaliação classificatória como garantia de um ensino
de qualidade, que assegure um saber competente dos alunos.
Contudo, cabe lembrar que pensando numa escola que
classifica segundo critérios rígidos de aprovação ao final de cada
série, estabelecidos sem ter como base uma análise séria sobre o seu
significado e com uma variabilidade enorme de parâmetros por parte dos
educadores, não pode ser vista como garantia de qualidade de ensino.
Ainda, vale citar que a avaliação feita apenas em momentos
específicos (provas, trabalhos isolados...) é tremendamente vaga no
sentido de apontar as falhas do processo, pois não mostra as reais
dificuldades e facilidades dos alunos e dos professores, não sugere
qualquer encaminhamento, porque "discrimina e seleciona antes de mais
nada."
Segundo Hoffmann, a melhoria de qualidade de ensino esta
embasada principalmente em: ter uma escola que seja para todos; que
compreenda as crianças; que tenha o compromisso de torná-las conscientes
e que dê a elas o direito de provar o quanto podem aprender e o quanto a
sociedade poderá contar com elas.Hoffmann, explicita, ainda, que o termo qualidade de ensino pode ser interpretado diferentemente:
A autora lembra, também, que uma das dificuldades
existentes no processo da avaliação está na elaboração de instrumentos,
ou seja, na preocupação que os professores têm em elaborar questões
objetivas, no intuito de não serem injustos com os alunos. Percebe-se,
então que "em nome da justiça da precisão" eles optam por "não ter que
utilizar de sua subjetividade" para corrigir as questões.
Ao contrário do que foi descrito acima, a avaliação
mediadora, sem ver o instrumento de avaliação como algo terminado, faz
com que as dúvidas que possam surgir, a partir dele, tanto dos alunos
como dos professores possam voltar para a sala de aula para serem
discutidas e, portanto, serve como meio para reelaborar o que foi
compreendido como "erros" e possibilitar a construção de novos
conhecimentos.
Após experiências realizadas em escolas com professores,
segundo a autora, foram delineadas algumas linhas mestras que norteiam a
prática avaliativa considerada mediadora:
- Oportunizar aos alunos muitos momentos para expressar suas idéias e retomar dificuldades referentes aos conteúdos introduzidos e desenvolvidos;
- Realizar muitas tarefas em grupo para que os próprios alunos se auxiliem nas dificuldades, mas garantindo o acompanhamento de cada aluno a partir de tarefas avaliativas individuais em todas as etapas do processo;
- Ao invés de simplesmente assinalar certo e errado nas tarefas dos alunos e atribuir conceitos ou notas a cada tarefa realizada, fazer anotações significativas para o professor e aluno, apontando-lhes soluções equivocadas, possibilidades de aprimoramento;
- Propor , a cada etapa, tarefas relacionadas às anteriores, numa gradação de desafios coerentes às descobertas feitas pelos alunos, às dificuldades apresentadas por eles, ao desenvolvimento do conteúdo;
- Converter a tradicional rotina de atribuir conceitos classificatórios às tarefas, calculando médias de desempenho final, em tomada de decisão do professor com base nos registros feitos sobre a evolução dos alunos nas diferentes etapas do processo, tornando o aluno comprometido com tal processo.
Deve-se ressaltar que para a autora "a ação avaliativa
mediadora se desenvolve em benefício ao educando e dá-se
fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado."
Lendo os autores citados anteriormente, pode-se perceber o
quanto o tema avaliação é controverso e repleto de opiniões diferentes
quanto a como avaliar, que critérios são os mais adequados e eficazes ,
mas, no entanto, ambos apontam para o que já reconhecemos, ou seja, a
uma ineficácia inegável nos métodos hoje empregados.
São, com certeza, opiniões relevantes, mas que podem e
devem ser acrescidas de conceitos mais atuais, como por exemplo com o
trabalho de Philippe Perrenoud, que trata modernamente das competências a
serem desenvolvidas como principio a ser considerado no momento de
definir os critérios de avaliação e que são largamente citadas nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
- 3- Avaliação Formativa
O estudo de Perrenoud (1999) inicia apontando o ponto
nevrálgico do sistema educacional como um todo, não apenas o da
avaliação, que é o de que deve haver uma conscientização geral de que
para que haja mudanças no processo avaliativo é imprescindível que se
iniciem mudanças significativas em todo o sistema educativo, pois a
avaliação regula diferentes relações tais como com o trabalho, a
autoridade e a cooperação em aula.
A partir daí Perrenoud aponta duas lógicas avaliativas: a
tradicional e a formativa, sendo a segunda , de acordo com o autor, a
mais eficaz. Na lógica tradicional, de acordo com ele, as notas
recebidas pelos alunos não dizem de início o que o aluno sabe, mas o que
lhe acontecerá se continuar assim até o final do ano. Na avaliação
formativa não se avalia por avaliar, mas sim para fundamentar uma
decisão, forja-se os próprios instrumentos avaliativos que vão do
criterioso teste descrito de modo analítico de aquisição ou de domínio à
observação in loco dos processos intelectuais no aluno, dos métodos de
trabalho, dos procedimentos.
O fio condutor de sua obra é a relação entre avaliação e
decisão, uma vez que a avaliação é analisada como um componente de um
sistema de ação.
Ao lermos o trabalho de Perrenoud encontramos uma visão que mais se aproxima da realidade questionadora encontrada no meio dos profissionais da educação, ou seja, a procura por um método verdadeiramente eficiente de avaliar que seria, a principio, a avaliação formativa. É claro que não podemos unicamente aderir a um novo conceito de avaliação, como é o caso da avaliação formativa, sem que tenhamos consciência de que a avaliação é apenas parte de um sistema, e que esse sistema terá que reformular-se como um todo no que tange aos seus conceitos de educação.
Dando continuidade a essa revisão bibliográfica, veremos o que diz a respeito da avaliação um dos mais lidos estudiosos da educação que é Celso Vasconcelos.
- 4- Avaliação Democrática
Por mais mudanças que se venha fazer há necessidade da
avaliação continuar existindo, para que se possa cumprir sua função de
auxílio no processo de ensino-aprendizagem, garantido a construção do
conhecimento.
Entendemos que esta nova concepção de avaliação mude a
postura do professor deslocando suas energias e potencialidades para a
aprendizagem e não no controle do transmitido, havendo uma interação
entre o professor e o aluno. Existem problemas de ordem político-social,
mas o que caracteriza o aprendizado são os professores motivados,
preparados e orientados.
Ao tentar mudar o tipo de avaliação nos deparamos com a
dificuldade da transformação e da conscientização do grupo de trabalho.
As idéias surgem a partir da tentativa de colocá-las em prática,
refletindo sobre isto, coletivamente e criticamente.
O professor precisa a partir de uma autocrítica abrir mão
do uso autoritário, rever a metodologia de trabalho em sala de aula,
redimensionar o uso da avaliação tanto no ponto de vista do conteúdo
como da forma, modificar a postura diante dos resultados da avaliação e
criar uma nova mentalidade junto aos alunos, colegas e pais.
Como vimos, o professor deve propiciar uma metodologia que
leve a participação ativa do aluno, seja com debates, trabalhos em
grupo, pesquisas, etc. Deve estar atento para que não se instale no
aluno o medo da pergunta, pois esta revela ao professor o percurso que o
aluno está fazendo na construção do conhecimento.
Segundo Vasconcellos a ‘prova’ (grifo meu), enquanto
instrumento de avaliação com horário especial, rituais especiais, etc.
representa a ruptura com o processo de ensino-aprendizagem, ênfase
demasiada para a nota e acaba servindo apenas para classificar o aluno,
opondo-se à dinâmica trabalhada em sala de aula, pois está desvinculada
do processo ensino-aprendizagem.
Entretanto, isso não significa que a avaliação deva ser
abolida, pois sem ela não seria possível apreender as dificuldades dos
alunos, por não haver uma avaliação do processo e o professor não teria
como ajudá-los.
O que Vasconcellos propõe é que a avaliação seja um
processo contínuo do trabalho cotidiano da trajetória de construção e
produção do conhecimento do aluno e não apenas um único momento
‘sacramentado’ e ‘destacado’ (grifo meu) característico da ‘prova’
(grifo meu).
Outro aspecto relevante é a nota, que por sua vez reprova e
não adianta iludir o aluno fazendo de conta que ela não existe, pois o
aluno pode ser surpreendido com uma reprovação. O professor deve,
portanto, mostrar ao aluno através de práticas concretas e não de
discursos que, se ele realmente aprender a nota virá como conseqüência
natural, mas se o aluno só se preocupar com a nota acaba não aprendendo.
O autor propõe a diminuição gradativa da ênfase na
avaliação através de algumas práticas concretas tais como: não fazer
semana de provas e sim realizar a avaliação no horário normal de aula.
As atividades (avaliações, trabalhos, etc.) que tiverem data determinada
deverão ser negociadas entre a classe e o professor em um prazo
adequado. Deve-se também superar os ‘calendários de provas’ (grifo meu)
na sala dos professores ou na sala de aula; não mudar o ritual, ao
contrário, propor a avaliação como uma outra atividade qualquer; avaliar
o aluno em diferentes oportunidades estabelecendo um número mínimo de
momentos de avaliação; não se deter só às provas, mas diversificar as
formas de avaliação como atividades por escrito, dramatização, trabalho
de pesquisa, avaliação oral, entre outras, levando em conta os estágios
de desenvolvimento dos educandos; diversificar os tipos de questões como
testes objetivos, V ou F, palavras cruzadas, completar, pedir desenho,
enumerar de acordo com ordem de ocorrência, copiar parte do texto de
acordo com o critério, etc.
O autor destaca a necessidade de espaço para a avaliação
dissertativa, que segundo ele, da oportunidade de expressão mais
sintética do conhecimento constituído pelo aluno, atribuindo maior peso a
esse tipo de questão, uma vez que exige maior empenho e domínio do
conhecimento. Pode-se também contextualizar as questões a partir do
texto com perguntas relacionadas à aplicação prática: a) problemas com
significado acompanhados por desenhos, gráficos, esquemas, etc.; b)
colocar questões a mais, oferecendo a opção de escolha para os alunos;
c) dimensionar adequadamente o tempo de resolução da avaliação, evitando
a ansiedade do aluno; d) substituir o termo "prova" por "atividades",
utilizando essa mesma nomenclatura para trabalhos, pesquisas, etc.,
lembrando, no entanto, que não se trata apenas de mudar a nomenclatura;
e) esclarecer aos pais e alunos quais os critérios de avaliação que
estão sendo adotados pelo professor.; f) não pedir assinatura dos pais,
uma vez que avaliação faz parte do processo e os pais devem acompanhar
todo o trabalho dos filhos e não somente as avaliações; g) não vincular a
reunião de pais à entrega de notas, pois essas reuniões devem ter o
objetivo de interação entre a escola e a família, uma vez que, entregar
as notas na reunião acaba dando destaque a nota, melhor, então, que
sejam entregues aos alunos; h) realizar avaliação em dupla ou em grupo,
sem dispensar a individual; i) fazer avaliação com consulta; j) elaborar
avaliações interdisciplinares; l) proporcionar aos alunos sugestões de
questões ou propostas de trabalhos para avaliação; m) eliminar uma das
notas de um conjunto com o objetivo de diminuir a tensão do aluno; n)
não ter pedido especial para avaliação substitutiva (impressa, taxa), ou
dispensá-la, no caso de já ter outros instrumentos, ou, ainda, acertar a
realização da mesma diretamente com o aluno; o) não incentivar a
competição entre os alunos; p) avaliação não deve ser elaborada por
terceiros, mas sim pelo próprio professor; q) avaliação não deve ter que
passar pela coordenação/supervisão antes de ser aplicada.
Vasconcellos diz que é fundamental que o educando saiba o
que vai ser exigido dele. Destaca, também, o quanto é importante definir
critérios para avaliação de forma a valorizar o que realmente é
importante como, também, ser flexível na correção de acordo com a
realidade dos educandos. Ele coloca como exemplo a avaliação de um texto
que pode ser avaliado com diferentes pesos específicos como, o
conteúdo, a argumentação, a organização das idéias, o aspecto
gramatical, a estética, etc.
O professor não pode se esquecer de manter a continuidade
entre o trabalho de sala de aula e a avaliação, pois ambos fazem parte
de um mesmo processo, porém, isso geralmente não ocorre em virtude de
uma tendência autoritária de se solicitar nas avaliações exercícios com
grau de complexidade bem maior do que os dados em aula, mas não se trata
de fazer exercícios iguais os dados em aula, mas no mesmo nível de
complexidade.
O objetivo da avaliação deve ser avaliar aquilo que é
fundamental no ensino como o estabelecimento de relações, a comparação
de situações, a capacidade de resolver problemas, a compreensão crítica,
etc.
O autor coloca que a avaliação sócio-afetiva é importante,
mas ela não pode ser vinculada à nota. Pode ser trabalhada com
conceitos ou pareceres descritivos sem caráter de aprovação ou
reprovação. Essa avaliação engloba as atitudes, valores, interesse,
esforço, participação, comportamento, relacionamento, criatividade e
iniciativa do aluno.
No que tange à indisciplina, Vasconcellos coloca que o
professor ao invés de punir o aluno através da nota deve propor uma ação
educativa apropriada: aproximação, diálogo, investigação das causas,
estabelecimentos de contratos, abertura de possibilidades de integração
no grupo. Caso o aluno persista com a indisciplina deve ser privado da
convivência com o grupo e orientado até que deseje retornar com uma nova
postura.
A auto-avaliação é outro fator que deve ser proporcionado
ao aluno, porém, sem vínculo com a nota, de forma que possa
constituir-se efetivamente num importante instrumento de formação do
educando.
Quanto à nota de ‘participação’ (grifo meu) o autor coloca
que esta deverá ser estabelecida em cima de critérios bem objetivos,
como entrega de exercícios, tarefas, trazer o material, presença, etc.
Dessa forma o professor terá elementos para dialogar com o aluno e
ajudar na sua formação.
Cabe ressaltar que Vasconcellos não concorda quanto a
utilização de trabalhos para recuperar nota, pois, para ele, esse
processo vai mascarar a realidade, ou seja, o professor deve reconhecer
que ou a avaliação não foi bem elaborada ou os alunos necessitam passar
por um processo de recuperação. O importante não é o aluno obter uma
nota significativa, mas realizar um trabalho a contento, aprender.
Na questão dos trabalhos de grupo deve-se observar os
diversos aspectos que envolvem essa atividade para que se obtenha a
eficácia desse método de trabalho, tais como: verificar até que ponto
essa proposta está clara tanto para o professor como para os alunos;
orientar os alunos quanto à metodologia de trabalho em grupo, uma vez
que muitos professores reclamam que os alunos não sabem trabalhar em
grupo. Cabe ao docente capacitar os educandos esclarecendo quais os
objetivos do trabalho, acompanhando ativamente o seu desenvolvimento,
dando autonomia ao grupo diante das primeiras dificuldades. Caso não
consigam resolver devem solicitar a ajuda do professor, que vai
verificar os diferentes níveis de participação.
Em se tratando de avaliar trabalhos em grupo , o autor
sugere que o professor dê um total de pontos para que o grupo distribua a
cada membro. Trata-se de uma gestão coletiva tanto da produção do
conhecimento, quanto da avaliação. É claro que o professor deve
acompanhar todo o processo para evitar deturpações de critérios, como
distribuição de pontos por ‘inteligência’, ‘recursos materiais’, ou
ainda por ‘força ou tamanho físico’ (grifo meu).
Segundo Vasconcellos, a avaliação numa perspectiva
transformadora é aquela que os resultados constituem parte de um
diagnóstico e que, a partir dessa análise da realidade, sejam tomadas
decisões sobre o que fazer para recuperar os problemas constatados, ou
seja, perceber a necessidade do aluno e intervir na realidade para
ajudar a superá-la. Pois, conforme o autor, a avaliação tem servido para
emitir um conceito para a secretaria e ficar livre de cobranças. O
autor coloca que a avaliação deve ter efeito prático, cabendo ao
professor organizar recuperação paralela, retomar assuntos, explicar de
outra maneira, mudar a forma de organizar o trabalho em sala de aula,
dar atenção especial aos alunos que têm maior dificuldade, etc.
Ao aluno cabe empenhar-se mais, dar especial atenção à
matéria com dificuldade, rever esquema de participação em sala de aula,
rever método de estudo, etc. Já, a escola, deve proporcionar condições
de estudo, espaço para recuperação, revisão de currículo, integração
entre professores.
Outro fator importante é a questão da valorização do erro, que se dá através da valorização exclusiva da resposta certa.
O professor também deve cuidar para não estereotipar o
aluno com rótulos ‘a criança é assim’, ao invés de ‘a criança está sendo
assim’, ou ‘tem se apresentado assim’ (grifo meu). No primeiro caso,
associa-se o comportamento à essência da criança, já no segundo
admite-se a criança num processo de vir a ser, num dinamismo que permite
a mudança.
Para Vasconcellos os conselhos de classe podem ser
relevantes estratégias na busca de alternativas para a superação de
problemas pedagógicos, comunitários e administrativos da escola. O autor
sugere algumas observações quanto a sua organização como: serem
realizados durante o ano, não apenas no final, quando pouca coisa pode
ser modificada; devem contar com a participação de todos os envolvidos,
ou seja, professor, pais, alunos ou seus representantes, equipe de
coordenação, auxiliares de disciplina, para uma visão de conjunto; o
enfoque principal deve ser o processo educativo e não as notas e os
longos comentários de cada aluno problema.
Para o autor, o verdadeiro compromisso do professor com a
‘recuperação’ (grifo meu) é o de garantir a aprendizagem dos alunos,
especialmente daqueles que têm maior dificuldade. Daí a importância da
‘recuperação instantânea’ (grifo meu); ou melhor, da recuperação que
ocorre no ato mesmo de ensinar, a partir dos erros, da percepção das
necessidades dos educandos.
Em se tratando de reprovação, o autor coloca que para
evitar que isso ocorra deve-se observar os seguintes aspectos: a
avaliação tipo prova individual, apenas revela aquilo que se estruturou
no sujeito, o passado, não dando conta de avaliar aquilo que está em
desenvolvimento, em processo de vir a ser, que poderia desabrochar na
interação com outros colegas, com o professor, através de outro tipo de
atividades.
Outro aspecto que deve ser considerado neste caso
específico é a influência dos fatores sócio-afetivos, de tal forma que o
aluno não venha a perder o ano em decorrência de um problema
circunstancial, dessa esfera, que tenha afetado o seu rendimento.
Vasconcellos propõe trabalhar a conscientização da
comunidade educativa através da construção de critérios comuns. O
educador deve trabalhar com os alunos, pais, colegas educadores, na
conscientização de uma nova mentalidade a respeito da avaliação,
superando o conceito deformado a respeito da mesma.
É de fundamental importância que os professores deixem
claro aos pais e alunos os critérios utilizados na avaliação. A reunião
pedagógica semanal como um encontro para refletir crítica e
coletivamente a prática, já é um exercício constante de avaliação por
parte dos educadores e um espaço privilegiado para que esses critérios
sejam sempre rediscutidos, esclarecidos e concretizados.
O aproveitamento coletivo deve ser incentivado entre os
educadores, ou seja, conscientizar os alunos de que a colaboração de
todos é fator de crescimento mútuo. "A aprendizagem escolar é uma tarefa
coletiva e não uma apropriação privada de um conhecimento, simplesmente
para aumentar o "preço" do indivíduo no mercado de trabalho"
A escola tem o papel de explicitar sua proposta
educacional à família, no momento da matrícula ou nas reuniões logo no
inicio do ano, mostrando que as mudanças são para que as crianças
aprendam mais e melhor, para que sejam felizes. A família deve, também,
ser orientada no sentido de perceber o papel importante que ela tem em
não distorcer o sentido da avaliação, não dando destaque demasiado para a
avaliação, mas participar diariamente do desenvolvimento do filho na
vida escolar, ajudando-o a criar uma sistemática diária de estudo, não
comparar as notas do filho com as dos colegas, não prometer recompensa
em troca de passar de ano, apoiar as mudanças da escola, enfim ser um
pai participativo na vida escolar do filho.
Quanto a educação libertadora, o autor coloca que não se
trata de diminuir as exigências com relação aos alunos, ao contrário
essa educação tende a um ensino extremamente exigente em que o sujeito
tem que ser muito competente para poder colaborar na transformação da
realidade, mas ao mesmo tempo, um ensino inteligente, uma educação que
esteja baseada em princípios científicos, na compreensão da estrutura do
conhecimento e do processo do desenvolvimento do educando. O que tem
que ser exigente são as aulas e não, separadamente, as normas ou as
provas.
É imprescindível, também, a mudança da avaliação nos
cursos de formação de professores, uma vez que as experiências que os
futuros educadores têm nos seus processos de formação são decisivas para
suas posturas, posteriormente, na prática de sala de aula. Faz-se
necessário, portanto, que esses educadores tenham já na sua formação uma
nova prática em termos de avaliação, pois o que se tem visto nos cursos
de formação é o professor recebendo uma série de conceitos bonitos
sobre como deve ser a avaliação de seus alunos, mas é avaliado no
esquema bem tradicional. Então, quem trabalha com a formação acadêmica
de novos professores, tem o compromisso de mudar a prática de avaliação
dos mesmos.
É importante salientar que uma das graves distorções na
avaliação escolar é a sua restrita aplicação ao aluno, como se todo o
resto - o professor, o livro didático, currículo, direção escola -
estivesse acima de qualquer suspeita.
Na realidade, a avaliação deve atingir todo o processo
educacional e social se quisermos realmente superar os problemas. É
importante lembrar que não se trata de ampliar o "campo" de avaliação, a
questão é ver o que precisa ser mudado para garantir a aprendizagem,
para que se concretize o novo projeto social. A avaliação deve, também,
levar à mudança do sistema educacional, ou seja, há a necessidade de uma
definição da política educacional séria, ampla e comprometida com os
interesses das classes populares que leve à alteração progressiva das
condições objetivas de trabalho como mais escolas, mais vagas, classes
menos numerosas, mais verbas, melhor formação dos professores, mais
instalações (bibliotecas, laboratórios, centros esportivos), diminuição
do controle burocrático, etc.
Finalmente a efetivação de uma avaliação democrática na
escola depende da democratização da sociedade, de tal maneira que não
seja mais necessário usar a escola como uma instância de seleção social.
Cabe aos educadores comprometerem-se com o processo de transformação da
realidade, alimentando um novo projeto comum de escola e sociedade.
Para melhor compreendermos a questão da avaliação, faz-se
necessário, também, investigar autores que abordam o campo dos objetivos
educacionais. Acreditamos ser importante trazer uma consideração sobre
este assunto pois que interfere diretamente na questão da avaliação.
Esses autores, inclusive figuram na bibliografia dos livros de Philippe
Perrenoud e Jussara Hoffmann.
- 5- Objetivos Educacionais
Bloom, Hastings e Madaus (1983, p.5-46), nos dizem que os
objetivos educacionais ou metas de ensino são, na verdade, a
manifestação do desejo das autoridades escolares de definir os tipos de
mudanças que esperam que se processe no aluno.
Salientam, no entanto, que esse desejo de mudanças nem
sempre abrange todos os resultados do ensino pois, na maioria das
matérias, é impossível prever a amplitude total dos resultados uma vez
que à medida que um curso progride, normalmente surgem resultados
inesperados tanto positivos como negativos.
Explicitam, ainda, que para o planejamento de objetivos
educacionais é necessário levar em conta o que é possível e o que é
desejável. É preciso, também, observar as características do aluno e do
professor e um estudo da sociedade atual e da filosofia da educação.
Para que haja definição eficaz dos objetivos o autores dizem:
Baseada nos recursos da literatura sobre aprendizagem e
psicologia, a avaliação poderia fornecer ao professor os dados
necessários a respeito da eficiência dos procedimentos que utilizam.
Os autores defendem a formulação e utilização dos
objetivos educacionais desde que desempenhem papel central e essencial
no ensino e na aprendizagem. Chamam atenção, ainda, para uma questão
muito importante na definição de objetivos: será útil para quê?
É necessário ver que conceitos muito amplos normalmente
empregados por comissões nacionais de organização de currículos, não
oferecem indicação precisa a respeito de quais modificações esperam que
os alunos atinjam. Alguns exemplos disso são:
uso mais adequado de...; desenvolvimento de... .
Dizem ainda os autores: " Qualquer atividade de ensino que
o professor realize tem como objetivo auxiliar o aluno a se modificar
de alguma maneira, auxiliá-lo a desenvolver uma nova capacidade ou
aperfeiçoar uma outra, já existente." Logo, a razão pela qual os
professores, planejam, demonstram e dão aulas é com o objetivo de
modificar o aluno, ou seja, o aluno deverá ser capaz de fazer algo que
não conseguia fazer antes.
De acordo com as abordagens de Tyler e Gagné, citadas no
livro, o grau de sucesso de um programa deverá ser avaliado através de
uma avaliação ou mensuração do rendimento do aluno; portanto, segundo
eles, "os objetivos devem ser definidos em termos operacionais, que
permitam uma observação segura e que não dêem margem a interpretações."
Como se processa, então, a definição de um objetivo
educacional? De acordo com os autores "deveria ser expressa em termos do
comportamento que se deseja que o aluno atinja e das áreas de conteúdo.
E, o que é mais importante, deve conseguir comunicar o que o professor
pretende." Isso se dá quando qualquer pessoa especializada na área
observando o comportamento ou as produções do aluno, é capaz de
verificar se o objetivo foi atingido ou não. Cabe salientar que mesmo um
objetivo formulado adequadamente nem sempre assegurará seu valor
educacional, nem garantirá que o aluno o atinja.
A razão para a falha na comunicação dos objetivos dá-se
pelo professor muitas vezes utilizar termos imprecisos, como por
exemplo: conhecer, compreender, entender, etc... . A falha na utilização
desses termos surge por não ser possível observá-los diretamente.
Para que não se obtenham interpretações variadas na
definição de objetivos seria interessante substituí-los por verbos de
ação, que requeiram uma observação direta. Como exemplo de termos mais
aceitáveis temos: definir, reconhecer, distinguir , avaliar, entre
outros. Estes verbos podem descrever o que o aluno faz para demonstrar
que atingiu o objetivo em questão.
Ainda, de acordo com os autores, " o verbo de ação
utilizado para definir os objetivos pode também auxiliar na determinação
da seqüência de instrução e dos procedimentos de avaliação a serem
utilizados."
Resumindo dizem ainda, " o objetivo é suficientemente
específico quando tiver sido operacionalizado de tal forma que permita a
qualquer leitor concordar, com segurança, que o desempenho ou produção
do aluno atingiu o objetivo."
Blomm, Hastings e Madaus, afirmam existir, entre outras,
três estratégias que podem ser empregadas na identificação e no
detalhamento dos objetivos de um curso. São eles: análise dos testes do professor:
o grupo poderia começar pela análise dos testes já utilizados por
diferentes professores para avaliar o resultado do curso. Analisando os
itens testados, à luz das experiências de instrução dos alunos é
possível deduzir os tipos de comportamentos que são exigidos na resposta
à cada questão; observação em sala de aula de resultados imprevistos:
outra forma de formular objetivos é através da observação nas classes,
visando identificar as mudanças que realmente ocorrem no aluno. Neste
tipo de estratégia não observa-se apenas os comportamentos finais
esperados mas também resultados não previstos; Taxonomia de objetivos educacionais:
é o resultado do trabalho de um grupo de examinadores que atuavam no
nível colegial e que desenvolveram o sistema de classificação de
objetivos educacionais, afim de facilitar a comunicação entre si mesmos e
com seus colegas a respeito dos objetivos, itens de testes e
procedimentos de avaliação por meio de testes. A Taxonomia pode
ser utilizada de várias maneiras pelos professores. Por exemplo, pode
auxiliá-los a especificar seus objetivos operacionalmente.
Na verdade, ainda segundo os autores, a Taxonomia
faz com que o professor supere os problemas para definição de seus
objetivos utilizando para isso um ponto de referência comum sobre o qual
trabalhará suas discussões. Uma das principais vantagens da Taxonomia cognitiva é a possibilidade de medir objetivos mais complexos do que a memorização dos fatos.
- PCN: o que dizem
Nos PCN a avaliação serve de indicador para orientar a
prática educacional. Mostra ao professor quando é preciso realizar
ajustes no processo educativo. Para tanto, ela não pode ser feita apenas
em momentos específicos ou no final do ciclo escolar. A avaliação exige
uma observação sistemática dos alunos para saber se eles estão
aprendendo, como estão aprendendo e em que condições ou atividades eles
encontram maior ou menor dificuldade. Essa avaliação deve referir-se não
apenas ao domínio de conteúdos específicos, mas também ao
desenvolvimento das capacidades. Deve-se, então, avaliar o aluno como um
todo, nas mais diferentes situações que envolvem aprendizagem tais
como: nos trabalhos escolares, na solução de problemas propostos, nas
brincadeiras, etc.
Os PCN dão destaque, ainda, a importância da avaliação
inicial que será a fonte de subsídios para o professor fazer seu
planejamento, determinando os conteúdos e respectivo grau de
aprofundamento.
Minimizar um dos piores problemas escolares que é a
reprovação é um dos objetivos das propostas de avaliação dos PCN, com
isso professor e aluno deverão ter tempo suficiente para detectar
problemas e encontrar soluções antes de chegar a um resultado tão
negativo. A reprovação, dessa maneira, servirá apenas para casos muito
específicos.
- Considerações finais
Ao final das leituras realizadas fica evidenciada a grande
dificuldade em estabelecer critérios de avaliação e definir qual o
modelo mais apropriado.
Nós, profissionais da educação, assim como todos que de
uma forma ou de outra encontram-se envolvidos com o processo
educacional, questionamo-nos constantemente de que forma agir no momento
de avaliar se nossos alunos atingiram as competências a serem
adquiridas pré-estabelecidas para um determinado período letivo.
A avaliação deveria ter como resultado a mostra efetiva da
aprendizagem adquirida pelos alunos no seu todo, não apenas as
evidenciadas por ocasião de provas que, como se sabe, nem sempre revelam
a verdade pois, muitas vezes, pelo fato de o aluno saber que está sendo
avaliado criar uma situação de tensão que em alguns casos leva a
interferências de ordem emocional.
Sabemos que no momento de definir os objetivos
educacionais para uma determinada escola os trabalhos dos autores
anteriormente citados são levados em consideração como forma de
embasamento teórico e, em todos eles, percebe-se que não há mais lugar
para avaliações de forma puramente tradicional, no entanto, na prática, o
que se percebe é que por comodismo, talvez, os critérios definidos do
momento do planejamento mantêm-se intimamente ligados ao método
tradicional de avaliar.
Esta revisão bibliográfica buscou evidenciar quais os
objetivos educacionais, critérios e ferramentas de avaliação seriam os
mais adequados e, lendo as diferentes obras, conclui-se que já não há
mais lugar para posturas retrógradas, contrárias às mudanças, tanto por
parte dos professores como da escola como um todo. Deve-se sim, avaliar
os alunos em todos os momentos, em todo o processo de
ensino-aprendizagem buscando atingir as competências que se espera
desenvolver, coisa que não pode ficar resumida a momentos específicos
(provas, testes, trabalhos), mas sim todo o desenvolvimento das
atividades que levaram a construção de novos conhecimentos, ou seja,
todo o envolvimento que houve por parte do aluno para essa nova
aquisição.
A meu ver, os estudos de Philippe Perrenoud são os que
mais se aproximam daquilo que nós profissionais da educação buscamos,
como forma de avaliar com eficácia e coerência. A avaliação formativa
seria o caminho para avaliar se o ensino-aprendizagem desenvolvidos em
dado período atingiu realmente os objetivos propostos, apreendendo se
realmente os alunos conseguiram desenvolver as competências planejadas
no início do trabalho.
Vale sempre termos em mente que toda a mudança de
conceitos exige muita determinação e persistência, tendo em mente a
série de barreiras que teorias modernas muitas vezes geram em ambientes
conservadores, como os de algumas escolas.
Referências Bibliográficas:BLOOM, B.S.; HASTINGS, J.T.; MADAUS, G.F. Manual de avaliação formativa e somativa do aprendizado escolar. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1983.
HOFFMANN, J.M.L. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 20.ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 1996.
HOFFMANN, J.M.L. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Liberdade & Realidade, 1996.
Parâmetros curriculares nacionais- língua portuguesa. MEC, 1996. Disponível em: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/humanas/educação/pcns/fundamental/portugues.htm/#indice. Acesso em 12 jun.2003.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: ARTMED Editora, 1999.
SAUL, A . M. Avaliação emancipatória: desafio à teoria da avaliação e reformulação do currículo. São Paulo: Cortez, 1995.
VASCONCELOS, C. DOS S. Avaliação; concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertat, 1994.
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*Artigo acadêmico realizado na disciplina de Estudo e produção de texto II 1º semestre de 2003, orientado pelo professor Marcos Baltar.
**Acadêmica do curso de Letras- Licenciatura Plena da Universidade de Caxias do Sul.