Os Quatro Trabalhos de Psiquê
Os grãos: A princesa foi
colocada num quarto onde uma montanha de grãos de diversos tipos tinha
sido misturada. Psiquê devia separá-los, conforme cada espécie, no
espaço de uma noite. A jovem começou a trabalhar, mas, mal fizera alguns
montículos e adormece extenuada. Durante seu sono, surgem milhares de
formigas que, grão a grão, os separam do monte e os reúnem consoante sua
categoria. Ao acordar, Psiquê constata que a tarefa fora cumprida
dentro do prazo.
A lã de ouro: Afrodite
pediu, então, que a moça lhe trouxesse a lã de ouro do velocino de ouro.
Após longa jornada, Psiquê encontra os ferozes animais, que não
deixavam que deles se aproximassem. Uma voz surge de juncos num rio e a
aconselha: ela deve procurar um espinheiro, junto a onde os carneiros
vão beber, e nas pontas dos espículos recolher toda a lã que ficara
presa. Cumprindo o ditame, Psiquê realiza a tarefa, enfurecendo a deusa.
Água da nascente:
Afrodite então lhe pede um pouco da suja água da nascente do Rio Estige.
Mas a nova tarefa logo se revela impossível: o Estige nascia de uma
alta montanha tão íngreme, que era impossível escalar. Levando um frasco
numa das mãos, a princesa queda-se ante a escarpa que se erguia à sua
frente, quando as águias de Zeus surgem, tomando-lhe o frasco, voam com
ela até o alto, enchendo-o. O trabalho, mais uma vez, foi realizado.
Beleza de Perséfone:
Afrodite percebeu que teria de usar de meios mais poderosos. Inventando
que tinha perdido um pouco de sua beleza por cuidar do ferimento de
Eros, pede a Psiquê que, no Reino dos Mortos (o País de Hades, também
chamado de Campos Elísios ou Érebo), pedisse à sua rainha, Perséfone, um
pouco de sua beleza. A deusa estava certa de que ela não voltaria viva.
Mais uma vez, Afrodite se engana. Psiquê convece Perséfone a encher uma
caixa com a sua beleza para Afrodite.
Psiquê está indo de volta a
Afrodite, quando pensa que sua beleza havia se desgastado depois de
tantos trabalhos, não resiste e resolve abrir a caixa. Cai em sono
profundo, Eros já curado de sua queimadura vai ao socorro de sua amada,
põe de volta o conteúdo para a caixa, desperta Psiquê e ordena-lhe que
entregue a caixa à mãe dele.
Enquanto Psiquê entrega a caixa a
Afrodite, Eros vai a Zeus e suplica que advogue em sua causa. Zeus
concede esse pedido e posteriormente consegue a concordância de
Afrodite. Hermes leva Psiquê à Assembleia celestial e ela é tornada
imortal. Finalmente, Psiquê ficou unida a Eros e mais tarde tiveram uma
filha, cujo nome foi Prazer.
Em grego "psiquê" significa
tanto "borboleta" como "alma". Uma alegoria à imortalidade da alma, como
a borboleta que depois de uma vida rastejante como lagarta, flutua na
brisa do dia e torna-se um belo aspecto da primavera. É considerada a
alma humana purificada pelos sofrimentos e preparada para gozar a pura e
verdadeira felicidade.
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