l) Maturidade. Saúde
mental não é "ajustamento normal" ou "normalidade
cultural". A pessoa realmente saudável é aquela que transcendeu a si mesma
despindo-se das mentiras do nosso caráter, entendendo a verdade de nossa
situação e quebrando nosso espírito fora de sua prisão condicionada. O
amadurecimento requer ambos o reconhecimento da realidade de alguém, de seus
verdadeiros dons e talentos e dos seus limites.
m) Angústia e
pecado. O homem pode escapar da angústia pela fé. Kierkegaard
insiste que o homem está em pecado e não pode compreender o bem porque não quer
compreender, e precisa da revelação de Deus para mostrar que ele se acha em
pecado. A ansiedade não é em si mesma um pecado, diz ele, pois é a reação
natural da alma quando em face ao escancarado abismo da liberdade.
Em "A doença para a morte" diz que,
experimentando o pavor, alguém salta para o pecado mas, se o desafio do
cristianismo é aceito, passa da culpa à fé. Assim o pavor é o prelúdio do
pecado e não sua conseqüência, como poderia a princípio parecer.
O homem pode escolher o pecado em sua fuga da
angústia, e o pecado a certa altura, trará mais angústia. O próprio pecado traz
ansiedade, um componente da ansiedade de liberdade. Sem a fé, a angústia leva
ao desespero. O pavor é a ansiedade em face do eterno. Esta ansiedade pode
levar o pecador de volta a Deus que o criou e lhe deu a liberdade, e assim a
ansiedade pode ser salvadora pela fé. A angústia foi, então, o caminho para a
fé.
n) Ética. Individualismo moral. Kierkegaard
aborda uma questão ética polêmica, ao indagar se um julgamento moral pode ser
suspenso em virtude de um poder maior. Ele exemplifica com o episódio em que
Abraão recebe de Deus a ordem de matar Isaac. Assim ele vê o sacrifício de
Abraão e Isaac: obediência a um dever, no caso a obediência a uma ordem de Deus
que é a essência de tudo que é ético, mas que exigia dele um ato não ético.
Kierkegaard buscava justificar-se por haver rompido seu noivado, o que ele
considerava um ato não ético, porém o fez por um motivo que considerava
eticamente superior, sua dedicação a Deus. Dos três modos de vida que ele
considerava possíveis, o modo de vida estético, o modo de vida ético e o modo
de vida religioso, este último era superior aos demais.
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