Um resgate das principais características do meio e levantamento de suas perspectivas futuras junto no mercado publicitário.
Para nós, profissionais da comunicação, é gratificante conhecer os resultados de um trabalho como esse, altamente bem elaborado e feito com muita seriedade sobre o rádio. Poderá ser de grande utilidade na sua valorização, elaboração de novos produtos e rumos que direcionem o veículo a conquistar melhor audiência e, conseqüentemente, maior faturamento.
Consideramos Nas Ondas do Rádio como o melhor presente de fim de ano para o rádio brasileiro. Foi coordenado e apresentado em palestra por Cinthia D’Auria, diretora de atendimento da área de pesquisa customizada .de mídia do Instituto Ipsos-Marplan, responsável pela sua realização em conjunto com o GPR, Grupo dos Profissionais do Rádio, uma associação sem fins lucrativos, com fins educacionais e sociais de âmbito nacional e que tem como objetivo maior valorizar e prestigiar o rádio e seus profissionais.
Transferimos para nosso ouvinte-leitor os destaques desse importante estudo:
Nas Ondas do Rádio
Pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Ipsos Marplan, área de Mídia Customizada, durante 2008. O foco era “explorar o meio rádio com o objetivo de levantar as principais características do meio e suas perspectivas futuras junto ao mercado publicitário, considerando o contexto de transformação das mídias e seus consumidores.”
O momento atual é de mudanças e transformações: a popularização da internet e revolução digital dos meios, chamada convergência dos meios; as diversas plataformas de transmissão, como celulares, MP3/ 4 e 5 players, TV, internet móvel, notes, Iphone, e etc; além dos podcasts e programas de compartilhamento de música, comunidades de rádios, ouvintes-produtores e muito mais exigentes.
O estudo reúne informações coletadas em três fontes: workshop de inovação com profissionais do meio da área de criação e producão + levantamento de dados secundários + expertise Ipsos Marplan.
Resultados
Os 7 mandamentos do Rádio – características do meio:
1 – Sentido da audição – e todas experiências e consequências do ato da audição, da audiência, do ouvir, do escutar, de prestar atenção, de compreender e de assimilar;
2 – Imaginação – “Pelo rádio a gente exercita a mente” – ouvinte;
3 – Multidimensional – tem mobilidade, fluidez, liberdade, o ouvinte decide;
4 – Proximidade e utilitário – “…você tem a notícia muito perto do acontecimento” - ouvinte;
5 – Retencidade – retém a atenção. Falas apuradas “mais que um companheiro, um amigo…”, “Se ele (o locutor) fala “bom dia” eu respondo “bom dia” – ouvinte;
6 – Alcance – …QUALQUER raça, cor, formação, idade, classe social, estilo, área geográfica,nacionalidade, idioma, religião; qualquer lugar, hora situação, ou momento;
7 – Segmentação de massa – Para cada perfil, uma emissora. Para cada emissora, um público. Para cada horário, uma preferência. Para cada preferência, um programa. Para cada radialista, uma voz. Para cada voz, um ouvinte. Para cada som, uma imaginação. Para cada imaginação, uma emoção.
Principais desafios do Rádio como mídia
Segundo opinião de profissionais do meio, os principais desafios da mídia rádio são:
• reconhecer e valorizar as caracter’sticas do meio rádio no processo de planejamento de mídia;
• repensar o papel do rádio enquanto mídia principal e não de apoio;
• estar atento às novidades tecnológicas do meio e capitalizá-las com criatividade.
Rádio enquanto meio
• Digitalização online: pulverização de formatos;
• Digitalização off-line: novas bandas para as redes tradicionais;
• Convergência de mídia: os formatos se sobrepõe;
• Desenvolvimento tecnológico: diversificação das plataformas.
Rádio enquanto negócio/publicidade
• Anunciantes/agências, no geral, não pensam no meio e não se importam em explorar as características do meio;
• É considerado uma mídia de apoio
• Fatores determinantes na negociação dos meios que desfavorecem o rádio.
Perspectivas para o futuro do Rádio
O cenário permite levantar algumas perspectivas para o Rádio:
• Potencial para estressar a criatividade em peças publicitárias e supreender o consumidor;
• Assumir-se um espaço de interação com o ouvinte, onde este exerça uma participacão ativa e sinta os benefícios de “agente da comunidade”;
• Valorização de novos formatos de publicidade: melhorar o aspecto “entretenimento” nas peças;
• Segmentar = customizar: desde programação, perfil de anunciantes (locais/regionais/psicossocial) e apelo das peças publicitárias –Principalmente INTERNET.
OBS – Traduzir estressar como ampliar o uso de recursos do áudio. E traduzir entreter como deter, manter, conservar e não somente divertir.
Qual o futuro do rádio?
• O rádio provavelmente será o meio de maior aderência à “multi-plataforma midiática”: múltiplos formatos de entrega de conteúdo e das possibilidades de investimento publicitário;
• As múltiplas plataformas de transmissão (ou de entrega de conteúdo), como já indica o presente: AM, FM, celulares, MP3/ 4 e 5 players, internet, internet móvel, games on line, etc. Convivendo com entregas on demand, através de podcasts e programas de compartilhamento de música, comunidades de rádios e ouvintes-produtores;
• Máxima segmentação de oferta do meio através da plataforma on-line, aplicando o novo modelo de negócio que propõe a teoria Long Tail (nano-audiência).
Nosso comentário final:
Que tudo isso se traduza brevemente em grandes realizações para as emissoras brasileiras, a maioria tão maltratada nas duas últimas décadas, principalmente aquelas que transmitem em AM. E que o rádio digital finalmente se instale entre nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário