Interfaces digitais para a organização e representação do conhecimento
Aneridis Monteiro
II PARTE
O uso do computador como apoio á aprendizagem deve ser significativo para que se torne uma ferramenta cognitiva ou como afirma Jonassen (2007) as aplicações pedagógicas da informática são feitas com a exigência que os alunos pensem de forma significativa a fim de utilizarem tal recurso como representação de sua capacidade de produzir conhecimento e não apenas reproduzi-los e assim há necessidade do envolvimento cognitivo dos alunos, e essa é uma possibilidade de melhorar qualitativamente seu desempenho.
Inúmeras são as possibilidades de uso, mas atualmente muitos educadores usam os fotologs, videologs, weblogs pois eles “são aplicativos fáceis de usar que promovem o exercício da expressão criadora, do diálogo entre textos, da colaboração”, afirma a educadora Suzana Gutierrez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; ela ainda reforça que “os blogs possuem historicidade, preservam a construção e não apenas o produto (arquivos); são publicações dinâmicas que favorecem a formação de redes”; além dos weblogs que “abrem espaço para a consolidação de novos papéis para alunos e professores no processo ensino-aprendizagem, com uma atuação menos diretiva destes e mais participantes de todos” (GUTIERREZ, 2007)
Os blogs, fóruns, chats, PodCasts por exemplo, podem ser usados de infinitas formas como recursos educacionais para criar textos, relatórios de visitas, publicarem fotos e vídeos produzidos pelos alunos, conseqüentemente eles passam a participar de seu processo educativo e de construção de conhecimento e deixam de ser meros expectadores-passivos.
Moran (2007) afirma que existem diversas possibilidades de utilização dos blogs na escola, quer pela facilidade de sua publicação, que não exigirá conhecimentos específicos de tecnologia de seus usuários; quer pelo fascínio que estes recursos exercem sobre os alunos. No entanto, aos professores, cabe a tarefa de se adequarem ao mundo virtual de seus alunos e não ficar alheios a este contexto.
Outro recurso interessante a ser usado através da Internet para desenvolvimento de pesquisa em grupos é o webquest. Moran (2007) relata que a webquest pode ser usada em uma atividade de investigação e pesquisa onde os alunos interagem com as informações organizadas, geralmente elaborada pelo professor, para ser solucionada pelos alunos, em grupos. Esta atividade “propicia a socialização da informação: por estar disponível na Internet, pode ser utilizada, compartilhada e até reelaborada por alunos e professores de diferentes partes do mundo. O problema da pesquisa não está na Internet, mas na importância que a escola dá ao conteúdo programático do que à pesquisa como eixo fundamental da aprendizagem.”
O importante é saber em que os computadores, as ferramentas disponíveis, as novas tecnologias, a Internet, por exemplo, podem contribuir para a melhoria da qualidade das aulas e do ensino-aprendizagem, além de favorecer o construcionismo (PAPERT apud Damásio, 2007, p.125).
A teoria construcionista pode ser entendida como “na forma como o conhecimento é construído e transformado quando é expresso através de diferentes media”. Para Papert2 “a chave do ensino reside na projeção individual de idéias através da expressão dessas mesmas idéias em ordem à criação de mecanismos de comunicação com os outros”. (DAMÁSIO, 2007, pg. 125)
Neste caso, os sujeitos se desenvolvem através de expressões individuais que encontram nas tecnologias computacionais o principio do processo individual de criação de expressões cognitivas. KENSKI (p. 47) afirma que em relação à educação, “as redes de comunicação trazem novas e diferenciadas possibilidades para que as pessoas possam se relacionar com os conhecimentos e aprender”. Novas formas de ensinar e aprender, estes são os grandes desafios da educação para atender às atuais demandas sociais.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2 Dr. Seymour Papert, nascido em 01/03/1928, em Pretrória - África do Sul; matemático, educador
consagrado do Instituto Tecnológico de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology, MIT),
um dos pioneiros da Inteligência Artifial, bem como inventor da linguagem de programação LOGO.
BERTOCCHI , Sônia. Blog diário virtual que pode ser usado na escola. Disponível
em http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal
&id_inf_escola=68. Acesso 17.dez.2007.
DAMASIO, Manuel José. Tecnologias e Educação: As tecnologias da Informação e
da Comunicação e o processo Educativo. Lisboa. PT: Ed. Vega, 2007
GADOTTI, Moacir (Org.) Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000
GUTIERRE, Priscila Brossi. Blogs na sala de aula: Cresce o uso pedagógico da
ferramenta para publicação de textos na Internet.
Disponível em www.educarede.org.br/educa/revista_educarede/especiais (acesso
19.dez.2007)
KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação.
Campinas: Papirus, 2007.
JONASSEN, D.H. Computadores como ferramentas cognitivas. Porto: Porto Editora,
2007
MARTÍNEZ, Jorge H. Guitiérrez. Novas tecnologias e o desafio da educação. IN:
TEDESCO, Juan Carlos (org.) Educação e Novas Tecnologias: esperança ou
incerteza. (tradução de Claudia Berliner, Silvana Conucci Leite; São Paulo: Cortez;
Buenos Aires: Instituto Internacional de Planeamiento de La Educacion; Brasília:
UNESCO, 2004
MORAN, José Manuel. Como utilizar as tecnologias na escola. Disponível em
http://www.eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm, acesso em 10.mai.2007
POZO, Juan Ignácio. “A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter
informação em conhecimento”. Disponível em www.bookman.com.br/patioon
line/patio.htm.. acesso em 16.mai.2007
Saiba mais:
Consulte o site http://www.webquest.futuro.usp.br/
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