quarta-feira, 7 de março de 2012

PESSOA

A NOÇÃO DE "PESSOA" AO LONGO DA HISTÓRIA


O homem começou a se indagar sobre "o que é ser alguém" ainda na Grécia antiga, quando a Filosofia estava apenas começando. 
 
Deste período até hoje, a ideia que se tem sobre o tema passou por muitas mudanças. Alguns pensadores foram importantes para a construção desta noção de sujeito, vejamos:
Na antiguidade Sócrates foi o filósofo que trouxe o exame da vida humana para o centro do debate. Ele muda o foco da filosofia do cosmos para o antrophos, indagando sobre temas como a virtude, a justiça e o poder.

Já Platão e Aristóteles, ambos desenvolveram as questões a respeito do homem levantadas por Sócrates e tentaram encontrar definições novas para o ser humano.

Na Idade Média em seus vários períodos, marcados pelo domínio da igreja católica, não se restringiram a considerar o homem como imagem e semelhança de Deus. Ele também foi pensado como parte de um projeto cosmo-teológico que o colocava como pivô de forças cósmicas em combate.

Na Modernidade, o Iluminismo funda as bases da moderna noção de pessoa, que passa a ser pensada como racional, livre e responsável por suas ações. Kant foi um dos filósofos que escreveu sobre o Iluminismo, na resposta à questão: o que é o Iluminismo, e afirma ser ele a chegada do ser humano à sua maioridade, o que significa a liberdade de decisão por si mesmo e, em contrapartida, a liberdade de suas ações. 
 
Na Crítica da Razão Prática, um de seus principais livros, afirma que as pessoas devem ser consideradas como fins em si e não como meios - se todos os seres humanos são iguais, deve-se tratar a todos do mesmo jeito.

A Revolução Francesa trouxe o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, inovando no conceito de pessoa, o cidadão. Permeado por essa mesma liberdade mencionada anteriormente e que inclui a necessidade de que todos sejam tratados como iguais. Seres livres e iguais que só poderiam escolher, como princípio de vida, a fraternidade.

Em muitos momentos, no entanto, alguns homens foram tratados como "inferiores", apontando a fragilidade do conceito de pessoa construído até então. Como exemplos, os vastos impérios coloniais Europeus, que dizimaram milhares de indivíduos nas colônias da África e da Ásia; os fascismos Europeus; o regime de segregação na África do Sul; e os diversos conflitos étnicos e políticos.

Schopenhauer, antes mesmo de Freud, indica que o ser humano é guiado não pela razão, mas pela vontade, descrita como uma força cega e irracional que o anima.
Na Contemporaneidade, foi Freud que mudou a noção de "pessoa" ao descobrir o inconsciente, que acrescentou à dimensão racional uma ligação profunda com as forças irracionais.

Na atualidade Edgard Morin, propõe que o humano seja pensado, além de em sua dimensão racional, também em termos afetivos, emocionais, sensíveis, mesmo loucos as vezes - ao lado do Homo sapiens aparece o Homo demens.

Mas foi Jesus, que à mais de dois mil anos, nos apresentou a máxima da "Noção de Pessoa"; fazer aos outros tudo aquilo que gostaríamos que fizéssemos conosco. Só entendendo e se colocando no lugar do outro, é que poderemos nos descobrir como seres humanos, Sapiens ou Demiens.

Paulo Ratki - Filósofo - POA RS 

http://ratki.blogspot.com

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