quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Natal - Contexto

Papai Noel: origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C.

O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo.

Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura.

Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho.

A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante.

A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas.

É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano.

Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas.

Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.

Natal - Curiosidade

O nome do Papai Noel em outros países

- Alemanha (Weihnachtsmann, O "Homem do Natal"),

- Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai (Papá Noel),

- Chile (Viejito Pascuero),

- Dinamarca (Julemanden),


- França (Père Noël),

- Itália (Babbo Natale),

- México (Santa Claus),

- Holanda (Kerstman, "Homem do Natal),

- Portugal (Pai Natal),

- Inglaterra (Father Christmas),

- Suécia (Jultomte),

- Estados Unidos (Santa Claus),

- Rússia (Ded Moroz).

Conseqüências da Desertificação


Natureza ambiental e climática

Como perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de solos por erosão, a diminuição da disponibilidade de recursos hídricos, resultado tanto dos fatores climáticos adversos quando do mau e a perda da capacidade produtiva dos solos em razão da baixa umidade provocada, também, pelo manejo inadequado da cobertura vegetal.

Natureza social

Abandono das terras por partes das populações mais pobres, a diminuição da qualidade de vida e aumento da mortalidade infantil, a diminuição da expectativa de vida da população e a desestruturação das famílias como unidades produtivas. Acrescente-se, também, o crescimento da pobreza urbana devido às migrações, a desorganização das cidades, o aumento da poluição e problemas ambientais urbanos.

Natureza econômica

Destacam-se a queda na produtividade e produção agrícolas, a diminuição da renda do consumo das populações, dificuldade de manter uma oferta de produtos agrícolas de maneira constante, de modo a atender os mercados regional e nacional, sobretudo a agricultura de sequeiro que é mais dependente dos fatores climáticos.

Natureza político institucional

Há uma perda da capacidade produtiva do Estado, sobretudo no meio rural, que repercute diretamente na arrecadação de impostos e na circulação da renda e, por outro lado, criam-se novas demandas sociais que extrapolam a capacidade do Estado de atendê-las.

As áreas desertificadas brasileiras apresentam características geoclimáticas e ecológicas, as quais contribuíram para que o processo fosse acelerado.

Diversas regiões brasileiras padecem deste problema, como por exemplo:

Semi-árido: Sua área total é de aproximadamente 1.150.662 Km² o que corresponde a 74,30% da superfície nordestina e 13,52% do Brasil.

Bahia: Corresponde a 9,3% da superfície estadual (52,5 mil Km²) em processo de Desertificação. Localiza-se na margem direita do rio São Francisco abrangendo o sertão de Paulo Afonso.

Pernambuco: Dados (Sema 1986) mostram que cerca de 25 Km² (25%) do estado estão tomados pela Desertificação atingindo os municípios de Itacombira, Cabrobó, Salgueiro e Parnamirim.

Piauí: 1.241 Km² da área piauiense encontram-se em acelerado processo de Desertificação, exemplo deste fenômeno pode ser visto na região de Chapadas do Vale do Gurgéia, município de Gilbués.

Sergipe: Estão em processo de Desertificação no Sergipe cerca de 223Km².

Rio Grande do Norte: Representa 40% do estado tomado pela Desertificação; a intensiva extração de argila e a retirada da cobertura vegetal para a obtenção de lenha para as olarias acelera ainda mais o processo.

Ceará: A área desertificada corresponde a 1.451 Km² no município de Irauçuba.

Paraíba: A região do semi-árido é a mais propensa ao processo de Desertificação, principalmente onde os solos são utilizados de maneira irracional. A Desertificação atinge cerca de 27.750 Km² (49,2%), abrangendo 68 municípios.

Amazônia: Também apresenta áreas em processo de savanização decorrentes de desmatamentos indiscriminados.

Rondônia: Corre grande risco de início do processo de Desertificação; várias áreas são desmatadas para fins agrícolas e ocupação indiscriminada do solo.

Paraná: Apresenta problemas de degradação nas áreas de ocorrência do arenito Caiuá; a agricultura é praticada sem haver uma preocupação com o manejo e a conservação do solo, problema acentuado pela devastação de florestas nativas.

Mato Grosso do Sul: O processo ocorre principalmente na região sudoeste do estado, área de ocorrência do Arenito Caiuá, apresentando aspectos avançados de degradação (50 mil hectares).

São Paulo: Dados da SEMA de 1986 já identificavam que, aproximadamente 70% das áreas agriculturáveis do estado estavam tomadas por intenso processo erosivo.

Rio Grande do Sul: Área do sudoeste do estado como os municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana, Quaraí, Santiago e Cacequí são atingidos pela Desertificação. Outras áreas passíveis de degradação estão presentes no sul-riograndense, em especial onde predominam os solos originários do Arenito Botucatu; faz-se necessário um estudo de capacidade de uso, conservação e manejo para que tais áreas não iniciem rapidamente o processo de degradador.

Minas Gerais: De acordo com estudos realizados, 12.862 Km² estão propensos à Desertificação, sendo divididos em 3 áreas:

I - engloba as bacias dos rios Abaeté, Borrachudo e Indaiá na região centro-oeste do estado (11.446 Km²).

II - ocorre na bacia do rio Gorotuba, região centro-norte ocupando 42 Km² de área.

III - localizada nas bacias dos Médios e Baixos São Pedro e São Domingos compreendendo 1.375 Km² de área.

Diante de tudo o que foi abordado, conclui-se que o processo de recuperação de uma área desertificada é complexo, pois necessita de ações capazes de controlar, prevenir e recuperar as áreas degradadas. Paralelamente a estas ações, cabe uma maior conscientização política, econômica e social no sentido de minimizar e/ou combater a erosão, a salinização, o assoreamento entre outros.

Está previsto no Capítulo 12 da Agenda 21, a criação de seis áreas-programas para combate a Desertificação com ações regionais.

Fonte: www.ambientebrasil.com.br

T E X T O


Coesão e Coerência

Por Noely Landarin /noelylandarin@yahoo.com.br

Uma das propriedades que distingue um texto de um amontoado de palavras ou frases é o relacionamento existente entre si. De que trata, então, a coesão textual? Da ligação, da relação, da conexão entre as palavras de um texto, através de elementos formais, que assinalam o vínculo entre os seus componentes.

Uma das modalidades de coesão é a remissão. E a coesão pode desempenhar a função de (re)ativação do referente. A reativação do referente no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se cadeias coesivas mais ou menos longas.

A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos.

Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.

Explicação: O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele , o termo André; o faz, o predicado briga com quem torce para o outro time – são anafóricos.

A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplos:

Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.

Explicação: O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a expressão o professor – são catafóricos.

De que trata a coerência textual ? Da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.

Modelo de questão: coesão e coerência (AFRF-2003)

As questões de números 01 e 02 têm o texto abaixo como base.

Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz emergir no contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo contraditório de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, a cada momento deste processo, o que venha a resultar como direitos novos até então escondidos sob a lógica perversa de regimes políticos, sociais e econômicos, injustos e comprometedores da liberdade humana.

Este ponto de vista referencial determina a dimensão do problema dos direitos humanos na América Latina.

Neste contexto, a fiel abordagem acerca das condições presentes e dos caminhos futuros dos direitos humanos passa, necessariamente, pela reflexão em torno das relações econômicas internacionais entre países periféricos e países centrais.

As desarticulações que desta situação resultam não chegam a modificar a base estrutural destas relações: a extrema dependência a que estão submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao agravamento das condições de trabalho e de vida (degradação dos salários e dos benefícios sociais), quanto na dependência tecnológica, cultural e ideológica.

(Núcleo de estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB in: Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)

01. Assinale a opção que não estabelece uma continuidade coerente e gramaticalmente correta para o texto

a) Nesta parte do mundo, imensas parcelas da população não têm minimamente garantida sua sobrevivência material. Como, pois, reivindicar direitos fundamentais se a estrutura da sociedade não permite o desenvolvimento da consciência em sua razão plena?

b) Por conseguinte, a questão dos Direitos tem significado político, enquanto realização histórica de uma sociedade de plena superação das desigualdades, como organização social da liberdade.

c) Assim, pois, a opressão substitui a liberdade. A percepção da complexidade da realidade latino-americana remete diretamente a uma compreensão da questão do homem ao substituí-lo pela questão da tecnologia.

d) Na América Latina, por isso, a luta pelos direitos humanos engloba e unifica em um mesmo momento histórico, atual, a reivindicação dos direitos pessoais.

e) Não nos esqueçamos que a construção do autoritarismo, que marcou profundamente nossas estruturas sociais, configurou o sistema político imprescindível para a manutenção e reprodução dessa dependência.

DICAS: esse tipo de questão exige a capacidade de seleção das informações básicas do texto e de percepção dos elementos de coesão constitutivos do último período e sua interligação com o parágrafo subseqüente; nesse caso, a opção que será marcada.

O texto trata dos direitos humanos – a realidade no contexto sócio- político e histórico estrutural – processo de criação das sociedades; “as relações econômicas internacionais entre países periféricos( a sua dependência) e países centrais”.

O gabarito assinala a altern. C.

Justificativa: o comando da questão pede “a opção que não estabelece uma continuidade...” , a alternativa C inicia, estabelecendo relação de conclusão ( “Assim, pois,a opressão...”) utilizando-se de elementos que não são citados no texto: opressão – liberdade – tecnologia, caracterizando incoerência textual.Nas demais alternativas há expressões que fazem menção às idéias do texto. Serão grifadas as palavras ou expressões relacionadas ao texto:

*na altern.a)”... nessa parte do mundo...” (países periféricos),

* na altern.b)”... a questão dos Direitos tem significado político...” (parte inicial do texto),

*na altern. d) “Na América Latina, por isso, a luta pelos direitos humano...”

* na altern.e)”... o sistema político imprescindível para a manutenção e reprodução dessa dependência.” (tanto a letra d) quanto a e) fazem referência às informações básicas do texto.

02. Assinale a opção em que, no texto, a expressão que antecede a barra não retoma a idéia da segunda expressão que sucede a barra.

a) "realidade" (l.2) / " contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo" (l.2 e 3)

b) "deste processo" (l.6) / " Processo contraditório de criação das sociedades" (l.3 e 4)

c) "Este ponto de vista referencial" (l.11) / "idéias expressas no primeiro parágrafo.

d) "Neste contexto" (l.14) / discussão sobre os direitos humanos na América Latina.

e) "desta situação" (l.20) / relações econômicas internacionais entre países periféricos e países centrais.

GABARITO:A

DICAS: essa questão é típica de coesão textual que trata dos elementos anafóricos-aqueles que retomam um elemento referencial(anterior). O objetivo do comando é “a expressão que antecede a barra não retoma a idéia da segunda expressão. Se se observar com atenção, a palavra “realidade” da altern. a) vem citada antes, no texto, que a expressão "contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo", portanto corresponde ao que se pede. Daí, o gabarito apontar a altern a) como a indicada.

http://www.algosobre.com.br/redacao/coesao-e-coerencia.html

Coesão e Coerência Textual

Por: Cláudia Kozlowski


Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz.

Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto.

Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.

Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles.

Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual.

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.

Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto.

Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.

Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto:

1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de mesmo campo associativo.

2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / desgastante).

3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima)

4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico).

5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato.

6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.: Necessito viajar, porém só o
farei no ano vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros.
A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.).

Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa.

Já os componentes concentram em si a significação.
Elisa Guimarães (2) nos ensina a esse respeito:

“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.

Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).”

Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos.
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência se relaciona intimamente a contexto.

Como nosso intuito nesta página é a apresentação de conceitos, sem aprofundá-los em demasia, bastam-nos essas informações.

Coesão e Coerência Textual



COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Por: Cláudia Kozlowski

Vejamos como o examinador tem abordado o assunto:


(PROVA AFTN/RN 2005)

Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de coesão e incoerência nos sentidos do texto.

A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos países mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicídio.

Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas décadas seguintes, o grau de violência intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado em 1980 – 121,6% –, ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do PIB a violência crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990.

Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violência consumiram, apenas no setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimização letal se distribui de forma desigual: são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo
masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o preço da escalada da violência no Brasil.

(Adaptado de http:// www.brasil.gov.br/acoes.htm)

a) 1 – Tanto é assim que
b) 2 – Lamentavelmente
c) 3 – ou seja
d) 4 – Simultaneamente
e) 5 – Se bem que

COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam palavras e expressões que atuam como conectores – ligam orações estabelecendo relações semânticas entre os períodos. A banca sugere algumas opções de preenchimento.

Dessas, a única que não atende ao solicitado é a de número 5, uma vez que a expressão “Se bem que” deveria introduzir uma oração de valor concessivo, estabelecendo, assim, idéia contrária à que foi apresentada até então pelo texto.

Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica as informações anteriores ao fornecer dados complementares às estatísticas sobre homicídios. Sendo aceita a sugestão da banca, a coerência textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito é a opção E.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html

TEXTO & GÊNEROS TEXTUAIS


Gostaria de saber os gêneros textuais e estruturas textuais da língua portuguesa?

A palavra texto está formalmente presente no mundo escolarizado. Logo que entram na escola, as crianças são apresentadas às várias adjetivações do texto; "texto verbal", "texto não-verbal", "texto bom", "texto ruim", "texto criativo", etc.

Ao longo da trajetória escolar, os alunos usam outros tipos de adjetivação para o texto: "texto narrativo", "texto dissertativo", "texto argumentativo", o que tem gerado certa confusão conceitual em relação à definição dos termos texto, gênero textual e modalidade discursiva.

Em sentido amplo, texto ou discurso é qualquer enunciado oral ou escrito. Nesse sentido, são considerados textos uma palavra-frase (Fogo!), um verso, uma estrofe, um diálogo, um provérbio, um poema, um romance, etc.

José Luiz Meurer, (1) professor de Lingüística Aplicada na UFSC, defende que "o aprendizado da linguagem humana seja visto como o desenvolvimento da competência no uso de um número crescente de gêneros textuais".

Para melhor entendermos sua proposta é preciso fazer a distinção entre gênero textual e modalidades discursivas. In Meurer, Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários ou não.

Modalidades discursivas constituem as estruturas e as funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Assim, um texto pode conter, por exemplo, trecho narrativo (relato de um fato), descritivo (como é determinado local, objeto, pessoa, etc.), argumentativo (defesa de algum ponto de vista), procedimentais (instruções), exortativos (incentivos).

Considerando que os gêneros textuais são usados em contextos sociais específicos, existem tantos gêneros textuais quantas forem as situações sociais em que são usados.

Dessa forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevistas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, instruções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias, novelas, orações, pareceres, piadas, poemas, portarias, projetos, receitas, regimentos, relatórios, reportagens, prestação de serviços, requerimentos, romances, sermões, sumários, telegramas, palestras e trabalhos científicos, entre muitos outros.

Fonte(s):

http://www.executivosenegocios.com.br/po…

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070807132008AAoEEto

O que é Texto

Você sabe qual o conceito?

Alfredina Nery*


Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações:


1) Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com a palavra "Silêncio".


2) Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está escrito "Ouro".

Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto?

Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto.

Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não há como saber.

Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso.

Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir.


Constituindo sentidos


Agora, leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de "texto".

Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. (Ricardo Ramos)

Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas? Ou se trata de um texto? Por quê?

Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais atenta, que há uma articulação entre elas. Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como "homem", "livro","inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e as coisas).

Verifique que pela escolha dos substantivos e pela sequência em que são usados, o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e relaciona, formando o texto.
Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum. Quais palavras e que sequência nos indicam isso?

Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros, como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã.

“Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.”

Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar, tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir.

“Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.”

Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade.

“Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura, calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.”


Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio e trabalho, trabalho e rotina.


Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a referência à dupla "cigarro e fósforo".


A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem, num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir.


Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro", usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente?

Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas... geralmente dividido, desde a antigüidade, em três grupos: narrativo ou épico, lírico e dramático. Essa divisão partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles, quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo que representaria o literário e como essa representação seria produzida. Essas três classificações básicas fixadas pela tradição englobam inúmeras categorias menores, comumente denominadas subgêneros.


O gênero lírico se faz, na maioria das vezes, em versos. Entretanto, os outros dois gêneros - o narrativo e o dramático - também podem ser escritos nessa forma, embora, modernamente, prefira-se a prosa. Todas as modalidades literárias são influenciadas pelas personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros podem ser não-ficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais baseiam-se na realidade, e os ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da história.


Gênero narrativo: O gênero narrativo nada mais faz do que relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais personagens, e assim o faz de diversas formas. As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos), além de outras.

Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se classificar as obras narrativas em romances, contos, novelas, poemas épicos, crônicas, fábulas e ensaios. Quanto à temática, às narrativas podem ser histórias policiais, de amor, de ficção e etc. Todo texto que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho é classificado como narrativo.

Textos narrativos:

- Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter verossímil.

- Fábula: é um texto de carácter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). As personagens principais são animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

- Epopéia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisséia, de Homero.

- Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevialidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O alienista, de Machado de Assis, e A metamorfose, de Kafka.

- Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular). Caracteriza-se por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.

- Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um toque de humor e crítica.

- Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.

Gênero lírico: É na maioria das vezes expressa pela poesia. Entretanto é de grande importância realçar que nem toda poesia pertence ao gênero lírico. Esse gênero preocupa-se principalmente com o mundo interior de quem escreve o poema, o eu-lírico, que pode ser também chamado de sujeito lírico, voz lírica ou voz poética. [3] Os acontecimentos exteriores funcionam como estímulo para o poeta escrever. O que é fundamental em um poema é o trabalho com as palavras, que dá margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, sentimentos do eu-lírico e, muitas vezes, levam à reflexão, portanto, sendo geralmente escrito na primeira pessoa do singular.

Na poesia moderna encontram-se muitas manifestações poéticas que criticam a realidade social em que ela está inserida e onde está circulando. Um dos papéis mais importantes do poema é manter viva a experiência histórica da humanidade e registrar os preceitos das épocas que vão se transformando.

No entanto, mesmo quando na poesia o escritor fala da sua experiência e/ou do seu tempo, ele o faz de uma forma diferenciada daquela que geralmente se encontra nos registros dos outros gêneros textuais; nesse caso, o poeta faz uso da memória da linguagem de um passado presente, que se alimenta, entre outras coisas, do inconsciente. A importância da palavra no poema é tão relevante que é possível aproveitar toda a riqueza fonética, morfológica e sintática da língua e, através dela, constroem-se várias maneiras de provocar sensações no íntimo do leitor. Devido a essa intensidade de expressão, as obras líricas tendem a ser breves e a acentuar o ritmo e a musicalidade da linguagem.



Textos líricos:


- Ode: é um texto de cunho entusiástico e melódico, em geral, uma música.

- Hino: é um texto de cunho glorificador ou até santificador. Os hinos de países e as músicas religiosas são exemplos de hinos.

- Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em A-B-A-B A-B-B-A C-D-C D-C-D.- Haicai ou Haiku: é uma forma de poesia japonesa, sem rima, constituídos normalmente por três versos na ordem de 5-7-5 sílabas.

Gênero dramático: É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado em um texto do gênero espetacular.

É muito difícil ter definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos autores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, rubricas ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal. Por exemplo, antes da fala de um personagem é colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o texto deve ser falado.

Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes.

"Classifica-se de drama toda peça teatral caracterizada por seriedade, ou solenidade, em oposição à comédia propriamente dita".


Subclassificações dos gêneros:

- Elegia – é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto.Um bom exemplo é a grande peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare.

- Epitalâmia – é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
- Sátira – é um texto de caráter ridicularizador, podendo ser também uma crítica indireta a algum fato ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira.

- Farsa – é um texto onde os personagens principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa.

- Tragédia – representa um fato trágico e tende a provocar compaixão e terror.

Notícia:
O que é: Registro de fatos, sem opinião do autor que a escreveu.
Características: Escrito com exatidão, procurando responder às perguntas-chave: o que, quando, onde, como e porquê aconteceu tal fato.
Pra que serve: Para sanar e as dúvidas de como aconteceu um fato e comunicar a notícia aos leitores.
Qual sua função social: Divulgar os fatos que ocorrem em lugar.

Reportagem:
O que é: É o produto principal da atividade jornalística.
Características: Procura elucidar certos temas.
Para que serve: Relatar um acontecimento que ocorreu no local e contém informações descritas fielmente dos fatos e das partes envolvidas.
Fazer uma abordagem de um tema (AIDS, drogas, educação) que não tem propriamente ligação com o dia a dia.
Qual sua função social: Ter uma função esclarecedora de difundir os fatos sociais, podendo aparacer a opinião de especialistas.

Entrevista:
O que é: É um intercâmbio verbal, geralmente entre duas pessoas, na qual uma pergunta e a outra responde, ou seja, organiza-se em turnos.
Características: Mesmo que seja semelhante a uma conversa particular, a entrevista sofrerá algumas modificações para que o publico leitor compreenda o que foi dito. Nessa parte, ocorrerá a edição, justamente para evitar duplos sentidos, o que nem sempre acaba acontecendo, pois há entrevistadores que só querem um erro do entrevistado para manchar a reputação do entrevistado.
Pra que serve: Para sabermos a opinião do entrevistado sobre determinado assunto.
Qual sua função social: Divulgar a opinião de uma pessoa em particular.

Cordel:
O que é: Versos populares colocados em uma espécie de varal...
Características: Versos populares retirados da narrativa popular e que apresentam uma sequência lógica, geralmente com narrativas curtas simbolizadas com ilustrações manuais.
Pra que serve: Mostrar ao público-leitor que é uma narrativa diferente e que pode ser lida na hora em que eles estão passando no cordel.
Qual sua função social: Revelar que mesmo sendo uma narrativa popular, a literatura também é acessível ao povo, visto que a literatura de cordel é exibida em praças, ruas, feiras..Enfim, desmistificar o papel da Literatura sendo entendido apenas pelas elites ou pelos intelectuais.

Conto:
O que é: Uma narrativa mais curta que um romance.
Características: Supressão de descrições, detalhes...O que importa é enxugar o texto, sendo mais objetivo que um romance.
Para que serve: Um conto serve para divertir, distrair e até mesmo dar um suspense na obra. " Venha ver o pôr-do-sol", de Lygia Fagundes Telles, é um exemplo de um conto enxuto, sem muitos detalhes, mas que tem uma inesperada surpresa no final.
Qual sua função social: Fazer com que o leitor tenha diferentes interpretações da realidade representados pelos personagens.

Poema
O que é: O poema é um texto mais curto que um conto, mas que também traz uma mensagem. Pode ser soneto ou até mesmo possuir só uma estrofe.
Características: Na maioria dos poemas, há a presença de um título, como forma de apresentar ao leitor o que saberemos sobre o poema..Também pode apresentar figuras de linguagens para enriquecer o texto; enfim, há diversas características que um autor pode se beneficiar.
Pra que serve:: Assim como o conto, há poemas para divertir, distrair, para criar um suspense...mas sobretudo, há poemas que denunciam a realidade: Poemas como "O bicho", de Manuel Bandeira e " No caminho, com Mayakovsky, são exemplos de belos poemas que denunciam a realidade.
Qual sua função social: Criar um mundo fictício para representar a realidade.

Fonte(s):

Anna Karina

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20081206092706AA20sbp

http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero…

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090402190907AAr2A73

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u10.jhtm

Gêneros textuais

Situação determina qual usar

Alfredina Nery*

Piadas, anúncios, poemas, romance, carta de leitor, notícia, biografia, requerimento, editorial, palestra, receita... São muitos os gêneros de texto que circulam por aí. São as situações que definem qual utilizar.

O que podemos fazer quando queremos:

· saber como chegar a um endereço desconhecido por nós? Consultar o "guia de ruas" da nossa cidade, ou perguntar a alguém que conhece o trajeto...

· escolher um filme para ir assistir no cinema? Pesquisar no jornal ou pedir opinião a um amigo...

· conversar com parentes que estão longe? Telefonar, mandar carta ou e-mail...

· criar um clima de descontração com amigos? Contar piadas, conversar...

· distrair uma criança? ler um conto de fadas, brincar de adivinhações...

Em todas as situações acima, usamos diferentes gêneros de texto(a definição de texto, aliás, é um enunciado verbal que faz sentido em para alguém em determinada situação). Situações diversas, finalidades diversas, diferentes gêneros. Não importa qual o gênero, todo texto pode ser analisado sob três características:

· o assunto: o que pode ser dito através daquele gênero;

· o estilo: as palavras, expressões, frases selecionadas e o modo de organizá-las;

· o formato: a estrutura em que cada agrupamento textual é apresentado.

Gênero literário e não literário

Leia o poema a seguir

Gênero literário e não literário

Leia o poema a seguir

Tributo a J.G.Rosa

Passarinho parou de cantar.
Essa é apenas uma informação.
Passarinho desapareceu de cantar.
Esse é um verso de J. G. Rosa.
Desapareceu de cantar é uma graça verbal.
Poesia é uma graça verbal.

(Manuel de Barros. "Tratado das grandezas do ínfimo". Rio de Janeiro: Record, 2001)

Você deve ter percebido que, no poema - um gênero textual -, o poeta do pantanal brasileiro, Manoel de Barros, distingue o verbo "parar" (cessar, acabar), como sendo "apenas uma informação" da expressão verbal "desapareceu de cantar" ou "uma graça verbal", que ele considera poesia.

Pode-se dizer que o que distingue um texto não literário de um texto literário é o trabalho com a linguagem que este último apresenta. Nos gêneros literários há uma conexão interdependente entre "o que se diz" (o assunto/tema do texto) e o "como se diz" (a forma como o texto é dito).

O texto literário (em prosa ou em verso) tem um trabalho muito maior com a linguagem, um modo singular e inventivo de o artista ver o mundo, expressando-o.

Veja, por exemplo, a definição que o dicionário Houaiss dá para a palavra sabiá

SABIÁ, substantivo de dois gêneros - designação comum às aves passariformes, da família dos muscicapídeos, subfamília dos turdídeos, cosmopolitas, que possuem plumagem de colorido simples, geralmente marrom, cinza ou preta, com as partes inferiores lisas ou manchadas; tordo [São muito apreciados pela beleza do canto.]

Observe que a finalidade do verbete - outro gênero textual - é informar sobre o sabiá, dando uma definição do pássaro, e sua classificação gramatical.

Tendo em mente o tema "sabiá", há vários tipos de texto possíveis: uma narração fictícia em que se contasse as aventuras de um sabiá, ou uma poesia que comentasse a beleza e a graça dessa ave. O dicionário, no entanto, oferece textos não literários, "secos", descritivos, em que a linguagem serve para ser exata, informar, e não florear.

De maneira geral, podem-se distinguir assim os textos literário e não literário, ainda que, muitas vezes, as diferenças entre um e outro não sejam tão bem marcadas.

*Pedagogia e Comunicação

http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u17.jhtm

A Revolução Digital

Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.

Disse pareciam, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.

Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.

O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.

Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.

A mudança conduz a veredas ainda inexploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.

E isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.

Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de idéias que gera novos textos.

A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente arriscar textos próprios.

Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: Mando-te uma carta qualquer dia desses.

Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.

O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla enter.

Fonte: SOUZA, Josias de. A revolução digital. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de maio de 1996. Caderno Brasil, p. 2.