quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Conseqüências da Desertificação


Natureza ambiental e climática

Como perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de solos por erosão, a diminuição da disponibilidade de recursos hídricos, resultado tanto dos fatores climáticos adversos quando do mau e a perda da capacidade produtiva dos solos em razão da baixa umidade provocada, também, pelo manejo inadequado da cobertura vegetal.

Natureza social

Abandono das terras por partes das populações mais pobres, a diminuição da qualidade de vida e aumento da mortalidade infantil, a diminuição da expectativa de vida da população e a desestruturação das famílias como unidades produtivas. Acrescente-se, também, o crescimento da pobreza urbana devido às migrações, a desorganização das cidades, o aumento da poluição e problemas ambientais urbanos.

Natureza econômica

Destacam-se a queda na produtividade e produção agrícolas, a diminuição da renda do consumo das populações, dificuldade de manter uma oferta de produtos agrícolas de maneira constante, de modo a atender os mercados regional e nacional, sobretudo a agricultura de sequeiro que é mais dependente dos fatores climáticos.

Natureza político institucional

Há uma perda da capacidade produtiva do Estado, sobretudo no meio rural, que repercute diretamente na arrecadação de impostos e na circulação da renda e, por outro lado, criam-se novas demandas sociais que extrapolam a capacidade do Estado de atendê-las.

As áreas desertificadas brasileiras apresentam características geoclimáticas e ecológicas, as quais contribuíram para que o processo fosse acelerado.

Diversas regiões brasileiras padecem deste problema, como por exemplo:

Semi-árido: Sua área total é de aproximadamente 1.150.662 Km² o que corresponde a 74,30% da superfície nordestina e 13,52% do Brasil.

Bahia: Corresponde a 9,3% da superfície estadual (52,5 mil Km²) em processo de Desertificação. Localiza-se na margem direita do rio São Francisco abrangendo o sertão de Paulo Afonso.

Pernambuco: Dados (Sema 1986) mostram que cerca de 25 Km² (25%) do estado estão tomados pela Desertificação atingindo os municípios de Itacombira, Cabrobó, Salgueiro e Parnamirim.

Piauí: 1.241 Km² da área piauiense encontram-se em acelerado processo de Desertificação, exemplo deste fenômeno pode ser visto na região de Chapadas do Vale do Gurgéia, município de Gilbués.

Sergipe: Estão em processo de Desertificação no Sergipe cerca de 223Km².

Rio Grande do Norte: Representa 40% do estado tomado pela Desertificação; a intensiva extração de argila e a retirada da cobertura vegetal para a obtenção de lenha para as olarias acelera ainda mais o processo.

Ceará: A área desertificada corresponde a 1.451 Km² no município de Irauçuba.

Paraíba: A região do semi-árido é a mais propensa ao processo de Desertificação, principalmente onde os solos são utilizados de maneira irracional. A Desertificação atinge cerca de 27.750 Km² (49,2%), abrangendo 68 municípios.

Amazônia: Também apresenta áreas em processo de savanização decorrentes de desmatamentos indiscriminados.

Rondônia: Corre grande risco de início do processo de Desertificação; várias áreas são desmatadas para fins agrícolas e ocupação indiscriminada do solo.

Paraná: Apresenta problemas de degradação nas áreas de ocorrência do arenito Caiuá; a agricultura é praticada sem haver uma preocupação com o manejo e a conservação do solo, problema acentuado pela devastação de florestas nativas.

Mato Grosso do Sul: O processo ocorre principalmente na região sudoeste do estado, área de ocorrência do Arenito Caiuá, apresentando aspectos avançados de degradação (50 mil hectares).

São Paulo: Dados da SEMA de 1986 já identificavam que, aproximadamente 70% das áreas agriculturáveis do estado estavam tomadas por intenso processo erosivo.

Rio Grande do Sul: Área do sudoeste do estado como os municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana, Quaraí, Santiago e Cacequí são atingidos pela Desertificação. Outras áreas passíveis de degradação estão presentes no sul-riograndense, em especial onde predominam os solos originários do Arenito Botucatu; faz-se necessário um estudo de capacidade de uso, conservação e manejo para que tais áreas não iniciem rapidamente o processo de degradador.

Minas Gerais: De acordo com estudos realizados, 12.862 Km² estão propensos à Desertificação, sendo divididos em 3 áreas:

I - engloba as bacias dos rios Abaeté, Borrachudo e Indaiá na região centro-oeste do estado (11.446 Km²).

II - ocorre na bacia do rio Gorotuba, região centro-norte ocupando 42 Km² de área.

III - localizada nas bacias dos Médios e Baixos São Pedro e São Domingos compreendendo 1.375 Km² de área.

Diante de tudo o que foi abordado, conclui-se que o processo de recuperação de uma área desertificada é complexo, pois necessita de ações capazes de controlar, prevenir e recuperar as áreas degradadas. Paralelamente a estas ações, cabe uma maior conscientização política, econômica e social no sentido de minimizar e/ou combater a erosão, a salinização, o assoreamento entre outros.

Está previsto no Capítulo 12 da Agenda 21, a criação de seis áreas-programas para combate a Desertificação com ações regionais.

Fonte: www.ambientebrasil.com.br

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