domingo, 26 de setembro de 2010

Poema Menino de Rua


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MENINOS DA RUA

Escrito por Helder Anahory de Sena

Do alto do céu - Chora uma lua - Envelhecida de tristeza

Pelas ruas dormem meus amores - Cobre-os mantos de terrores

A noite está escura - A rua está fria - A fome é nua

Corpos sem vida também suam! - Na rua onde o pão é lama

Está ausente a alma - A miséria é crua

A Justiça fugiu de férias! - Olhos de meninos vadios

Não sabem ver luas - Levam árvores mortas no olhar...

Os meninos vadios são também lindos –

Também sonham, sentem, tem pensamentos

Mas cegas são as sociedades que não sabem os cuidar!

Secaram os verdes galhos - Morreram as flores da infância - Ficou vazia

A plenitude da vida. Sem fragância

Pelas noites frias tombaram como ramos velhos. - No Paúl Das Mortas Águas

Os rios forman-se de lágrimas - Não existem madrugadas

As rosas florecem das agonias - No alto, triste, envelhecida

De dor, chora uma lua negra.

Os meninos da rua - Nunca conheram a alegria - Que era sua justa herança

O menino que a fome matou - Viveu sem vida e sem crença

A morte, mais justa que o homem, o vingou!

O dia anoiteceu em quanto era dia - E as noites renascem de mais trevas

Nos olhos mortos de uma menina - Violada na calada de um beco escuro

Onde morreram todos os sonhos de uma vida –

E feneceu toda glória de ser humano!

Dormem meus amores - Dormem sem temores - Deixai calar as vossas dores

Deixai dormir os meninos da rua! - Calai-vos tambores - Dos iluminados saroes

No deserto não se ouve vossas vozes - Que por aí vivem os chacais

Calam! Só no nascer - E ao morrer somos iguais - O resto tudo e sorte!

Descança no céu ó luas - Sossega-te minha alma - Que também tu choras

Como eles a sós choraram! - Como eles morreram - Assim tu tambem

Um dia a mesma - Sorte terás.

Que seca a fonte negra, - Que seca! Cala-te ó sorte - Que não tem dor nem regra!

Dormem, dormem meus meninos - Dormem sem temores

Dormem meus lindos amores! - Dorme minha alma!

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