domingo, 3 de abril de 2011

POEMA LUSO FENIX VERSUS MALRAC




Das Chamas do Fénix

Hoje vamos experimentar um estilo novo…
um simples história de embalar
sonhos esquecidos …sonhos presentes…ou sonhos futuros…
Espero que gostem...


Voava o Fénix por paragens da terra mítica dos sonhos Otrop lugar de antigos guerreiros, homens de luz e dragões … onde as pirâmides se distinguiam no horizonte como montanhas geometricamente perfeitas, procurava um ramo seguro onde descansar as suas já cansadas asas de fogo… necessitava de um novo fôlego… uma brisa… que o alimentasse …

Pareceu ao longe vislumbrar … um local chamado Zurcs… era estranho, mas as planícies antes repletas de seres fantásticos das mais diversas formas estavam vazias, onde outrora havia luz só transparecia a bruma das almas penadas do reino do Passado.

Cansado e sem forças para responder ao chamamento de Zurcs … Fénix tombou no mar de lava e deixou-se levar pela corrente … que destino..que fim… não sabia…mas também já não importava…

Andou à deriva durante tempos que o próprio tempo esqueceu… até embater num ilhéu lindo … verdejante …um paraíso no inferno…. Arrastou-se pelas finas areias e no seu rasto ao contacto do calor das suas chamas com a areia, foi deixando um rasto de pequenos e lindos cristais que faziam recordar as estrelas do ceu nas noites de Roiamc …

No meio da vegetação luxuriante … cheia de vida pareceu ver os seus olhos …. Mas só podia ser pura ilusão … o destino já lhe tinha arrebatado aquele olhar e nem o seu grito de vida o tinha conseguido trazer de volta…

Tombou… Fénix cansado… preparado para entoar o seu canto… o fim estava próximo… segundo rezava a sua própria lenda o cantar do Fénix ao agonizar levava à morte muitos dos seres que o rodeavam… felizmente parecia estar só… entoou a sua melodia… um canto de morte… de saudade da sua companheira de voos Malrac …

Fechado sobre si próprio consumiu-se … criando o seu ninho de cinzas… nada mais havia a fazer nesta vida a não ser descansar… esperar que nos tempos do seu renascimento se pudesse cruzar mais uma vez com ela que tanto incendiou o seu coração…. E gritando o seu nome ouvido por todo Otrop… fechou os seus olhos brilhantes…

De repente sentiu algo que o puxou para cima, uma garra que não lhe era desconhecida , um aroma, um pulsar… algo o arrastou com uma força incontrolável… o que seria …. Quem teria tal poder e ousadia de perturbar o descanso de Fénix…

Em fúria, Fénix grita… abre as suas asas rasgando o manto da noite com uma adaga de luz…. Olha em frente e vê… um sonho… não podia ser… Malrac perante os seus olhos… com a face repleta de lágrimas de lava incandescente …

Num momento em que as palavras sobravam Malrac fez um simples gesto com o rosto… Fénix fez com as suas asas um manto sobre a fina plumagem daquela ave que lhe conquistara a eternidade… abraçou-a ….

Começou a uma espiral de chamas….um remoinho que cegava o horizonte do horizonte…. Ambos os corpos se fundiram encontraram o seu renascimento no descanso de duas criaturas que no fundo sempre foram só uma…eternamente…


http://espiritosolido.blogspot.com/

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