quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MRB : POESIA



::. Poesia
O movimento romântico brasileiro durou quase meio século. Por isso, é comum que seus autores apresentem semelhanças e diferenças entre si. Tomando por base as diferenças, é possível formar grupos que possuem algo em comum e, dessa forma, dividir o movimento em três fases ou gerações.
Primeira geração: Nacionalista ou Indianista

Essa geração é marcada pelo nacionalismo, patriotismo e, sobretudo, pela exaltação da natureza brasileira que, devido a sua exuberância tropical e erotismo, se contrapõe às paisagens das terras européias. A figura do índio, em substituição a dos cavaleiros medievais, passa a ser vista como um espécie de mito e lenda, porque representa a nossa volta a um passado genuinamente nacional.

O índio, por ser considerado o legitimo formador da nação brasileira, passa a ser idealizado, ou seja, os primeiros Românticos o vêem sempre sob um ângulo positivo e lhe atribuem características de herói. Surgem assim o mito do bom selvagem e o termo indianismo, que marcou essa primeira geração de poetas românticos brasileiros, cujos principais representantes são: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias.
Segunda geração: Ultra-romântica

A segunda geração de poetas românticos brasileiros foi fortemente influenciada pela poesia de Musset e pela de Lord Byron. A influência de Byron foi tanta que essa geração também ficou conhecida como "geração byroniana". Além de manter, com exceção do indianismo, os traços da primeira, essa segunda geração é caracterizada pelo spleen (palavra inglesa que significa "baço". No século XIX era atribuído a esse órgão a capacidade de determinar o estado melancólico das pessoas) e pelo mal-do-século. Isso quer dizer que essa geração estava impregnada de individualismo ou egocentrismo, subjetivismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão e tédio constante.

Cabe aqui um parêntesis: Grande parte dos poetas dessa geração morreu muito jovem, vítima da tuberculose. Por isso, é comum a associação do termo mal-do-século a essa doença. No entanto, o mal-do-século, que caracterizou a segunda geração de poetas Românticos não foi a tuberculose, mas o tédio, a melancolia e a inadaptação à vida, que levavam os poetas a desejar a morte, pois ela era a única maneira de o indivíduo libertar-se do fardo que era viver.

Uma outra característica que marcou essa geração foi o satanismo ou o culto ao demônio. A imagem do poeta ultra-romântico era igual a do anjo Rebelde(diabo). Ambos, por estarem insatisfeitos e inadaptados ao seu universo, se rebelaram contra as regras que regiam seus mundos e o preço de tal rebeldia foi a condenação às trevas e à solidão.
Por isso, é comum na poesia dessa fase, a presença de aves noturnas, cemitérios, caveiras etc.

O tema mais abordado por essa geração é fuga da realidade, manifestado na idealização da mulher, da infância e na exaltação da morte. Esse tema é tratado quase sempre em tom de humor e ironia, como se o poeta estivesse rindo de sua própria desgraça. Os principais destaques dessa geração foram: Alvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, entre outros.

Terceira geração: Condoreira
Essa geração é caracterizada pelos ideais abolicionistas e pelo culto ao progresso. Os seus poetas foram fortemente influenciados pela poesia político-social do francês Vitor Hugo. Por isso, essa geração também ficou conhecida como "Hugoana".

O termo condoreiro vem de condor, ave que habita a Cordilheira dos Andes. O Condor, por conseguir alcançar grandes altitudes, representa o alto vôo que a palavra pode alcançar em defesa da liberdade. O principal representante dessa geração foi Castro Alves, seguido de Tobias Barreto e Sousândrade, cuja poesia ficou esquecida durante muito tempo.

http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/alvares.htm

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