De Olho Na América Latina I - Hugo Chávez, 10 Anos!
Elton Arruda*
Na última década América Latina passou por importantes mudanças, sobretudo em decorrência da emergência ao poder de grupos pouco, ou menos, alinhados às tradicionais posturas subservientes adotadas por países de colonização tardia. Exemplo contumaz desta perspectiva é o aniversário de 10 anos de Hugo Chávez a frente da Venezuela. O feito de Chávez é pra lá de complexo e deve ser bem melhor observado.
Em 1999 foi eleito pelas urnas em fevereiro e, logo em novembro, conseguiu aprovar na Assembléia Constituinte Nacional a reeleição para presidente. Ato ousado, pois Chávez ganha o governo em um ambiente já de certa convulsão social que se agrava rapidamente. No ano seguinte Chaves é o primeiro Chefe de Estado que visita o Iraque depois da guerra do golfo. Trataria de questões relativas a petróleo, mas a viajem foi considerada uma ofensa pelos países ricos, especialmente os Estados Unidos com quem as relações diplomáticas com o Iraque não existiam. Paralelo a esse movimento, em 2001, durante a Cúpula das Américas, Chávez impulsiona as críticas a ALCA – Área de Livre Comercio das Américas – e condena a invasão ao Afeganistão, duas grandes questões que tinham como entusiasta principal os Estados Unidos da América. Estava consolidada a rota de colisão entre os interesses venezuelanos e americanos. O gigante “irmão” do norte se incomodara profundamente com a autonomia do governo da pequena Venezuelana.
No ano seguinte o governo de Chávez sofre um revés momentâneo, mas de muita intensidade, passa por um golpe de Estado que o tirou do poder por quase dois dias. Tal golpe, segundo o que foi vastamente noticiado, tinha como artífices as elites venezuelanas da indústria do petróleo e indústria química e as multinacionais que exploravam a região. De volta ao poder, Chávez foi implacável ordenando a ocupação militar das refinarias de petróleo e intensificando o processo de reforma agrária no país.
Mesmo passando o ano de 2003 sobre forte pressão das suas oposições, Chávez lança seu nome às eleições presidências de 2004 e sai vitorioso. Nos anos seguintes Hugo Chávez intensifica as mudanças na Venezuela (o que ele chama de revolução bolivariana) com políticas de transferência de renda, reformas no poder judiciário, campanhas de alfabetização e outras reformas que assistissem às camadas mais pobres daquele país (para a mídia internacional é a sua base eleitoral). A verdade é que entre reformas, xingamentos ao então presidente Bush (chamou de El Diablo durante reunião da ONU), visitas ao Irã (tido pelos estados Unidos como um país do “eixo do mal” e críticas a Israel (país apoiado pelos Estados Unidos em suas investidas contra os palestinos), Hugo Chávez Frias é eleito novamente com um sufrágio de quase dois terços da população no final de 2006.
Em 2007, Chávez enfrenta com espírito democrático a sua derrota em plebiscito para reformar a Constituição Venezuelana, apesar da oposição e seus poderosos inimigos internacionais se sentirem fortalecidos com isso.
Com 10 anos completos ocupando pela via democrática o Palácio de Miraflores – sede do governo da Venezuela, Hugo Rafael Chávez Frias desponta como um dos mais importantes chefes de Estado do mundo, figurando na revista Times por dois anos consecutivos (2005 e 2006) como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Hoje, com 55 anos de idade, o polêmico presidente demonstra energia e goza de credibilidade junto à população. Num esforço faraônico as elites latino-americanas e os poderosos inimigos que Chávez fez ao longo de sua trajetória tentam igualar o seu governo ao governo golpista de Honduras. Tal comparação é, no mínimo, um impropério. Alem do mais, os Venezuelanos travaram duras disputas nos últimos dez anos e Chaves sempre foi referendado pela via do voto (bem na tradição da democracia burguesa ocidental), e tem poderosos inimigos que também trama golpes e difamam.
O presidente Hugo Chaves é um Chefe de Estado legítimo e representa um momento profícuo de transição porque passa todo continente.
* Professor da rede particular de ensino no Piauí em cursos de graduação e pós-graduação, Geógrafo, Especialista em Metodologia de Ensino e atualmente trabalhando com metodologia científica. Tambem faz mestrado em ciencias da educação pela Universidade Lusofona de Humanidades e Tecnologia (Lisboa/Pt)
http://www.artigonal.com/politica-artigos/de-olho-na-america-latina-i-hugo-chavez-10-anos-1145920.html
Em 1999 foi eleito pelas urnas em fevereiro e, logo em novembro, conseguiu aprovar na Assembléia Constituinte Nacional a reeleição para presidente. Ato ousado, pois Chávez ganha o governo em um ambiente já de certa convulsão social que se agrava rapidamente. No ano seguinte Chaves é o primeiro Chefe de Estado que visita o Iraque depois da guerra do golfo. Trataria de questões relativas a petróleo, mas a viajem foi considerada uma ofensa pelos países ricos, especialmente os Estados Unidos com quem as relações diplomáticas com o Iraque não existiam. Paralelo a esse movimento, em 2001, durante a Cúpula das Américas, Chávez impulsiona as críticas a ALCA – Área de Livre Comercio das Américas – e condena a invasão ao Afeganistão, duas grandes questões que tinham como entusiasta principal os Estados Unidos da América. Estava consolidada a rota de colisão entre os interesses venezuelanos e americanos. O gigante “irmão” do norte se incomodara profundamente com a autonomia do governo da pequena Venezuelana.
No ano seguinte o governo de Chávez sofre um revés momentâneo, mas de muita intensidade, passa por um golpe de Estado que o tirou do poder por quase dois dias. Tal golpe, segundo o que foi vastamente noticiado, tinha como artífices as elites venezuelanas da indústria do petróleo e indústria química e as multinacionais que exploravam a região. De volta ao poder, Chávez foi implacável ordenando a ocupação militar das refinarias de petróleo e intensificando o processo de reforma agrária no país.
Mesmo passando o ano de 2003 sobre forte pressão das suas oposições, Chávez lança seu nome às eleições presidências de 2004 e sai vitorioso. Nos anos seguintes Hugo Chávez intensifica as mudanças na Venezuela (o que ele chama de revolução bolivariana) com políticas de transferência de renda, reformas no poder judiciário, campanhas de alfabetização e outras reformas que assistissem às camadas mais pobres daquele país (para a mídia internacional é a sua base eleitoral). A verdade é que entre reformas, xingamentos ao então presidente Bush (chamou de El Diablo durante reunião da ONU), visitas ao Irã (tido pelos estados Unidos como um país do “eixo do mal” e críticas a Israel (país apoiado pelos Estados Unidos em suas investidas contra os palestinos), Hugo Chávez Frias é eleito novamente com um sufrágio de quase dois terços da população no final de 2006.
Em 2007, Chávez enfrenta com espírito democrático a sua derrota em plebiscito para reformar a Constituição Venezuelana, apesar da oposição e seus poderosos inimigos internacionais se sentirem fortalecidos com isso.
Com 10 anos completos ocupando pela via democrática o Palácio de Miraflores – sede do governo da Venezuela, Hugo Rafael Chávez Frias desponta como um dos mais importantes chefes de Estado do mundo, figurando na revista Times por dois anos consecutivos (2005 e 2006) como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Hoje, com 55 anos de idade, o polêmico presidente demonstra energia e goza de credibilidade junto à população. Num esforço faraônico as elites latino-americanas e os poderosos inimigos que Chávez fez ao longo de sua trajetória tentam igualar o seu governo ao governo golpista de Honduras. Tal comparação é, no mínimo, um impropério. Alem do mais, os Venezuelanos travaram duras disputas nos últimos dez anos e Chaves sempre foi referendado pela via do voto (bem na tradição da democracia burguesa ocidental), e tem poderosos inimigos que também trama golpes e difamam.
O presidente Hugo Chaves é um Chefe de Estado legítimo e representa um momento profícuo de transição porque passa todo continente.
* Professor da rede particular de ensino no Piauí em cursos de graduação e pós-graduação, Geógrafo, Especialista em Metodologia de Ensino e atualmente trabalhando com metodologia científica. Tambem faz mestrado em ciencias da educação pela Universidade Lusofona de Humanidades e Tecnologia (Lisboa/Pt)
http://www.artigonal.com/politica-artigos/de-olho-na-america-latina-i-hugo-chavez-10-anos-1145920.html
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