V O Z
Só no esplendor de uma aurora encontro paralelo com o nascimento de um grande amor.
A luz todo-poderosa que rompe o negro da noite e abafa o céu estrelado numa explosão laranja que nos ofusca, minutos após o sol despontar por detrás da linha do horizonte. Cega-nos, como a paixão. Acelera-nos o coração.
Grava em todos os pedaços livres de memória a imagem de um rosto, o cheiro de um corpo ou o som de uma voz.
É assim que se apodera de nós, prepotente, sem aviso.
Sem trincheira ou blindado que nos proteja da invasão. Tombamos sem apelo nos braços de quem assim nos encantou.
O amor aquece como o astro-rei. E alimenta.
Ignoramos a sede, a fome e o frio.
Como plantas verdes, como girassóis, seguimos a luz que nos anima e carrega pela vida como um tapete mágico, pura levitação.
Dá-nos uma força tremenda, capazes de tudo para lutar pelo objectivo que os restantes oblitera.
Nada mais merece a nossa atenção, nada ouse atravessar-se no caminho de uma violenta paixão.
Como uma brigada de cavalaria avançamos para a conquista inadiável de um amor, coragem no limite do desespero. Porque só a vitória se aceita nessa guerra sem quartel.
Sem tréguas, empunhamos o melhor de nós e esgrimimos os argumentos que nos justificam vencedores.
Até à cedência total, à perfeição.
De um sim entoado com um sorriso apaixonado, do calor transmitido pelo toque suave de uma mão, de um beijo consentido, bandeira branca à nossa investida por um grande amor.
Cada dia brilha mais quando nos ilumina a atracção por alguém.
Cada momento uma alegria, sol a pino, cada contacto um arrepio.
A pele que nos fascina roçada pela ponta de uma mão.
E depois a reacção, em cadeia, arrebatada, dançada como um tango pelos corpos em fusão. Nuclear, energia sem controlo.
Mentes ligadas no momento da explosão.
Solar, quente e cheia de luz.
Molhada como um campo de espigas depois uma chuvada forte, de uma trovoada ao alvorecer.
O amor é mais forte do que a vida e por ele nos dispomos a abdicar do mais precioso dom.
Quem não oferece o último suspiro em troca da respiração eterna de quem nos aprisionou no coração?
A cobardia não contraria o impulso natural de quem ama, quando em defesa do alvo dessa devoção. Nem mesmo o instinto de conservação, ignorado sem apelo.
Não existe Deus, nem Pátria ou qualquer outra causa mais nobre que consiga imaginar para me sentenciar o fim.
Nada acima do amor. Mato e morro sem hesitar, certo da justeza dos meus propósitos e da firmeza das minhas convicções.
O ocaso da vida pensa-se mais sereno na companhia de quem amamos.
Sem o espectro da solidão, sem o frio seco de uma alma desprovida de paixão.
Com a luz na nossa frente, sempre presente para nos guiar.
Carinho, conforto, agora mais perto do momento do adeus.
Um até já, pois todos acreditamos na eternidade de um amor verdadeiro.
E na saudade dos que partiram antes de nós existe a esperança de uma ressureição do nosso amor, transformado em energia, a mesma que irradia um olhar transfigurado pelo poder da emoção.
A noite, a mesma que borrifa magia com um luar platinado ou com o céu rasgado por uma estrela que cai, é apenas mais uma incógnita no processo de transição para outro paraíso qualquer.
Quando o sol nascer outra vez.
Só no esplendor de uma aurora encontro paralelo com o nascimento de um grande amor.
A luz todo-poderosa que rompe o negro da noite e abafa o céu estrelado numa explosão laranja que nos ofusca, minutos após o sol despontar por detrás da linha do horizonte. Cega-nos, como a paixão. Acelera-nos o coração.
Grava em todos os pedaços livres de memória a imagem de um rosto, o cheiro de um corpo ou o som de uma voz.
É assim que se apodera de nós, prepotente, sem aviso.
Sem trincheira ou blindado que nos proteja da invasão. Tombamos sem apelo nos braços de quem assim nos encantou.
O amor aquece como o astro-rei. E alimenta.
Ignoramos a sede, a fome e o frio.
Como plantas verdes, como girassóis, seguimos a luz que nos anima e carrega pela vida como um tapete mágico, pura levitação.
Dá-nos uma força tremenda, capazes de tudo para lutar pelo objectivo que os restantes oblitera.
Nada mais merece a nossa atenção, nada ouse atravessar-se no caminho de uma violenta paixão.
Como uma brigada de cavalaria avançamos para a conquista inadiável de um amor, coragem no limite do desespero. Porque só a vitória se aceita nessa guerra sem quartel.
Sem tréguas, empunhamos o melhor de nós e esgrimimos os argumentos que nos justificam vencedores.
Até à cedência total, à perfeição.
De um sim entoado com um sorriso apaixonado, do calor transmitido pelo toque suave de uma mão, de um beijo consentido, bandeira branca à nossa investida por um grande amor.
Cada dia brilha mais quando nos ilumina a atracção por alguém.
Cada momento uma alegria, sol a pino, cada contacto um arrepio.
A pele que nos fascina roçada pela ponta de uma mão.
E depois a reacção, em cadeia, arrebatada, dançada como um tango pelos corpos em fusão. Nuclear, energia sem controlo.
Mentes ligadas no momento da explosão.
Solar, quente e cheia de luz.
Molhada como um campo de espigas depois uma chuvada forte, de uma trovoada ao alvorecer.
O amor é mais forte do que a vida e por ele nos dispomos a abdicar do mais precioso dom.
Quem não oferece o último suspiro em troca da respiração eterna de quem nos aprisionou no coração?
A cobardia não contraria o impulso natural de quem ama, quando em defesa do alvo dessa devoção. Nem mesmo o instinto de conservação, ignorado sem apelo.
Não existe Deus, nem Pátria ou qualquer outra causa mais nobre que consiga imaginar para me sentenciar o fim.
Nada acima do amor. Mato e morro sem hesitar, certo da justeza dos meus propósitos e da firmeza das minhas convicções.
O ocaso da vida pensa-se mais sereno na companhia de quem amamos.
Sem o espectro da solidão, sem o frio seco de uma alma desprovida de paixão.
Com a luz na nossa frente, sempre presente para nos guiar.
Carinho, conforto, agora mais perto do momento do adeus.
Um até já, pois todos acreditamos na eternidade de um amor verdadeiro.
E na saudade dos que partiram antes de nós existe a esperança de uma ressureição do nosso amor, transformado em energia, a mesma que irradia um olhar transfigurado pelo poder da emoção.
A noite, a mesma que borrifa magia com um luar platinado ou com o céu rasgado por uma estrela que cai, é apenas mais uma incógnita no processo de transição para outro paraíso qualquer.
Quando o sol nascer outra vez.
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