segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CRÔNICA

O GÊNERO: CRÔNICA


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Uma das modalidades da prosa, a crônica nasceu nas agitadas e enfumaçadas salas de redação dos jornais. Trata-se da rica e interessante junção entre jornalismo e literatura, em que o repórter-narrador recria com engenho e arte, tudo o que registrou no contato direto com a matéria abordada.

É dessa observação direta que o autor recria o real, registrando com suas palavras o circunstancial, o efêmero, pois a princípio a crônica veicula-se em jornal e esse, depois de lido é descartado.

Sua riqueza reside no pequeno espaço que lhe é oferecido nos jornais e revistas, bem como a limitação temática, segundo alguns periódicos (crônicas de moda; política; esportiva; científica etc.). A compensar tal limitação, o autor explora a função poética da linguagem, e, assim, com pouco espaço, tem-se uma bela narrativa.

A Crônica e o Conto – Entre essas duas modalidades da prosa, a diferença é muito sutil. No conto a densidade narrativa é maior, fazendo com que o autor se aplique na formulação do(s) personagem(s), espaço, estrutura cronológica e preocupação com o foco narrativo, o narrador.

Já na crônica a densidade é menor e mais leve. A narrativa obedece ao próprio autor que narra o fato sem esconder-se na figura de um narrador, expondo-se mais. Portanto, a crônica é mais testemunhal e pessoal do que outras prosas, e apesar da aparente simplicidade, reside no (sub)texto, importante revelação e valorização da crítica de um momento histórico, na visão do exposto autor.

Do Jornal ao Livro – A crônica, por seu caráter circunstancial, quando passa a figurar em livro, acaba atenuando esse vínculo de temporalidade para, de certa forma, eternizar o texto. Portanto, somente a boa crônica, aquela cuja riqueza e sabor, não depende somente da sua circunstancia, pode e deve sobreviver nas paginas de um livro. É o caso dos textos de nossos melhores cronistas: Rubem Braga, João do Rio, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Heitor Cony, por exemplos.

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